A partir do próximo domingo, 13 de dezembro, a Igreja Católica oferecerá em todo o mundo a oportunidade a mulheres cristãs de tradição católica a oportunidade de confessarem o pecado do aborto e receberem perdão.
A “absolvição” faz parte do Jubileu da Misericórdia, o Ano Santo da Igreja, que se inicia na terça-feira, 15 de dezembro, e se estende até 20 de novembro de 2016.
O padre Geraldo dos Reis Maia, reitor do Colégio Católico Pio Brasileiro, em Roma, administrado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), explicou que na celebração desse ano que perpetua a tradição iniciada em 1300, Francisco optou por ampliar a indulgência, como forma de aproximar os católicos da Igreja.
“A absolvição do pecado do aborto é uma prerrogativa dos bispos que, em situações particulares, podem delegar esta função aos padres. Todavia, durante o Ano Santo, para facilitar ainda mais o perdão, o papa Francisco concedeu esta faculdade a todos os sacerdotes”, disse, em entrevista à BBC Brasil.
Em setembro, quando anunciou que tornaria o acesso ao perdão mais fácil para mulheres que praticaram o aborto durante o Ano Santo, o papa explicou o que o levou a tomar essa decisão: “Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa”, afirmou.
Entretanto, o padre Maia destacou que “a misericórdia pode ser concedida não apenas para a mulher que optou pela interrupção da gravidez, mas para qualquer pessoa que tenha, de qualquer modo, contribuído para a ocorrência do aborto”.