No olho do furacão: é dessa forma que o mundo vê a situação do papa Francisco diante da nova onda de denúncias de escândalos sexuais dentro da Igreja Católica, o que o levou a formar uma estratégia para combater os abusos.
Acusado de não agir com a firmeza necessária, o pontífice convocou uma reunião de emergência com os bispos mais importantes da denominação em todo o mundo.
A reunião de emergência foi anunciada pelo Vaticano na última quarta-feira, 12 de setembro, e a decisão tem sido vista como uma convocação sem precedentes na história do Papado de Roma.
Além dos bispos, foram chamados também os presidentes das Conferências Episcopais, para discutir o combate à pedofilia na igreja e a proteção dos menores.
No mesmo dia do anúncio da reunião com os bispos, um relatório foi vazado indicando que a Igreja Católica sabia de mais de 3.600 casos de abusos sexuais de crianças ao longo de décadas na Alemanha, de acordo com informações do Jornal Nacional, da TV Globo.
Ontem, quinta-feira, 13 de setembro, Francisco recebeu a visita da cúpula dos bispos norte-americanos, para falar sobre medidas práticas para punir sacerdotes envolvidos em escândalos de pedofilia. O mais recente que veio a público é o caso da diocese da Pensilvânia, que teria dados de 300 padres envolvidos com abusos de mil crianças ao longo do últimos 70 anos.
Compareceram ao Vaticano o cardeal Daniel DiNardo, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, o arcebispo de Boston, Sean O’Malley, presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, e outros dois bispos.
O encontro, que funciona como uma prévia da reunião geral com os bispos de todo o mundo, é uma resposta às acusações de que Francisco teria ignorado denúncias contra um ex-cardeal americano, suspeito de assediar e molestar seminaristas adultos. A acusação contra o papa partiu do cardeal italiano Carlo Maria Viganò, ex-embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos.