O papel dos evangélicos durante a pandemia de Covid-19 no Brasil não se resumiu à realização de cultos online, segundo a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, mas se mobilizou de maneiras que estavam escanteadas.
“Ah se não fosse a Igreja agora na pandemia! Mesmo [com] a igreja fechada, a Igreja está em movimento. A pandemia veio para mostrar que a Igreja não precisa de grandes celebrações para ser Igreja”, declarou a ministra, durante uma live recente.
Em outra ocasião, Damares já havia chamado atenção para o fato de que muitos governadores e prefeitos “cometeram exageros” em suas determinações de fechamento dos templos como medida de contenção do novo coronavírus.
A comunhão e contato com os irmãos na fé é um dos pontos que as políticas de confinamento comprometeram, do ponto de vista de Damares Alves: “Eu estou morrendo de saudade de comer cachorro quente na cantina da igreja. Saudade de ir ao chá de bebê das irmãs, nos aniversários dos meninos, até das noites de festa do pijama das crianças. Mas a Igreja está viva, está adorando, talvez como nunca. A Igreja está 24 horas por dia em adoração”.
Ao longo da live transmitida pelo portal Guia-me, Damares lembrou que a postura dos fiéis no período de confinamento tem sido o oposto do que se temia em relação a um possível “esfriamento da fé”, com as redes sociais sendo usadas como plataforma de compartilhamento do Evangelho.
“Nunca vi a Igreja orando tanto, confesso. A gente ia para a igreja uma vez na semana, levantava as mãos, orava meia horinha e ia para casa. Agora você abre o celular e é oração para tudo que é lado, é live para tudo que é lado, é oração o dia inteiro. A Igreja está adorando, A Igreja encontrou uma forma extraordinária de adorar, de servir e de doar, de ofertar”, disse Damares Alves, que é pastora neopentecostal.
A presença das igrejas evangélicas na periferia das grandes cidades e nos rincões do Brasil permitiu que muitas pessoas fossem ajudadas prontamente, já que as políticas públicas se movem de forma lenta devido às burocracias, avaliou a ministra: “A comida está chegando a lugares que o Estado ainda não chegou, porque a Igreja levou. Pessoas estão sendo acolhidas nas ruas pela Igreja, idosos estão sendo cuidados pela Igreja. Mesmo com a Igreja tendo as portas fechadas para grandes celebrações, o papel social da Igreja não foi interrompido em um único minuto”.
“A Igreja se reinventou no tempo de pandemia e eu vou dizer para vocês, eu não sei o que vai ser pós-pandemia, mas há pastores que vão ter que se reinventar, porque o povo, os adoradores se reinventaram e almas estão chegando a Jesus em tempos de pandemia, sem precisar que o templo esteja aberto”, disse. “Essa pandemia veio mostrar o que há de mais feio no ser humano, mas também o que há de mais lindo”, concluiu a pastora.