Com o acirramento do debate político no Brasil, tornou-se natural a manifestação cada vez mais acentuada de líderes religiosos defendendo perspectivas diferentes. Assim como há pastores ligados à direita e ao conservadorismo, também há os que defendem a esquerda em nome do “pobre”, fazendo até citações do ideólogo comunista Friedrich Engels.
Este parece ser o caso do pastor Antônio Carlos Costa, que no meio secular é mais conhecido por seu trabalho realizado na organização Rio de Paz, da qual foi o responsável pela fundação.
Como pastor da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca, implantada por ele nos anos 90, Antônio C. Costa também fundou a Escola Teológica Reformada e é autor de livros que abordam a temática social sob à perspectiva da Teologia da Missão Integral (TMI), uma corrente de pensamento ligada à Teologia da Libertação, em seu modelo católico.
Recentemente, Antônio C. Costa fez uso do seu twitter para fazer uma citação do ideólogo comunista Friedrich Engels, um dos responsáveis ao lado do filósofo Karl Marx pela organização da ideologia marxista.
É Engels, por exemplo, que assina o livro intitulado A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, onde a relação entre marido, esposa e filhos é retratada como um modelo de exploração humana e comercial, sendo o homem a figura do “patrão” opressor sobre a família “operária”.
Em sua conta no Twitter, onde se descreve como “teólogo, jornalista e ativista social. Presidente da ONG Rio de Paz”, o pastor Antônio C. Costa citou um trecho do pensamento de Engels onde o ideólogo faz uma crítica à relação do “pobre” com a “burguesia”.
“Engels: ‘Ninguém se preocupa como o pobre: lançado nesse turbilhão caótico, ele deve sobreviver como puder. Se tem a sorte de encontrar trabalho, isto é, se a burguesia lhe faz o favor de enriquecer à sua custa, espera-o um salário apenas suficiente para o manter vivo'”, postou o pastor.
Em outra publicação, ele contextualizou, novamente citando o ideólogo: “Engels: ‘Eis o ponto a que chegamos na Inglaterra, onde a burguesia, que sabe todos os dias pelos jornais o que está ocorrendo, mantém-se inteiramente despreocupada… eu a acuso abertamente de assassinato social”.
Para Antônio C. Costa, portanto, o trecho citado se refere à “culpa coletiva”, o que seria um “conceito é bíblico. Ai de ti Corazim…'”, escreveu o pastor.