No regime ditatorial chinês a liberdade religiosa é relativa, uma vez que o Estado tem o poder de determinar a prisão daqueles que são considerados dissidentes do governo, como o pastor David Lin, que foi condenado à prisão perpétua em dezembro de 2009.
O líder religioso é natural dos Estados Unidos, mas estava na China realizando um trabalho missionário, cujo objetivo era implantar um centro de treinamento cristão em Pequim no ano de 2006.
Foi durante esse período que o pastor David Lin foi acusado injustamente de “fraude”, o que lhe fez responder perante às autoridades do país. Acusações falsas contra adversários do governo são comuns no comunismo chinês, sendo os líderes cristãos alvos em potencial, já que pregam ideais de liberdade que contrariam a ideologia comunista.
Para Alice Lin, filha do pastor que atualmente está com 68 anos, a prisão do seu pai, apesar de injusta, não deixou de ser usada por Deus como forma de alcançar os presos políticos do regime.
“O que sabemos é que ele estava na China porque tinha esse enorme fardo para os sem-igreja na China. Ele teve a visão de construir uma igreja e um centro de treinamento cristão”, disse ela durante uma entrevista para a rádio Washington Watch, em 2019, segundo o Christian Post.
“Em sua última mensagem para nós como um homem livre, ele nos disse: ‘Não se preocupe, Deus sabe o que está fazendo. É o desejo de Deus que eu esteja aqui. Há muitas pessoas lá dentro que precisam ouvir a Palavra de Deus. Por favor, não se preocupe, mas apenas ore por mim”, contou a filha do religioso.
Liberdade
Quase 20 anos depois, após um encontro do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, com o ministro das Relações Exteriores da China em Pequim, o pastor David Lin finalmente ganhou a liberdade.
Familiares do religioso, bem como irmãos de fé, acreditam que o governo americano interviu para ajudá-lo, conseguindo negociar a sua libertação. O pastor, agora, está de volta aos Estados Unidos, onde pode reencontrar a sua família.