O caso de apostasia da fé cristã envolvendo um antigo pastor, chamado José Renato de Jesus Vieira, se tornou notícia recentemente por conta de sua adesão ao islamismo, mobilizando um número considerável de fiéis em sua cidade.
Mais conhecido como Dedé, o ex-pastor Vieira abandonou o cristianismo e se tornou seguidor de Maomé depois de conhecer a religião islâmica através de um amigo.
Dedé liderava uma igreja evangélica na cidade de Itabaianinha, interior do Sergipe, e logo depois de conversar com outros muçulmanos, decidiu que iria aderir à crença. “Eu comecei cortando o batismo em nome da Trindade, depois cortei a Trindade, daí o povo começou a me chamar de doido aqui na cidade”, contou o ex-pastor ao jornal Folha de S. Paulo, pontuando uma das diferenças mais agudas entre islamismo e o cristianismo.
O ex-pastor contou que levou dois anos pesquisando sobre o islamismo nas redes sociais e na Bíblia, e depois decidiu fundar a Religião Islâmica de Itabaianinha, que hoje tem 37 adeptos, além de 8 crianças e 10 futuros membros à espera da reversão, quando abandonarão oficialmente a fé cristã.
Para liderar a comunidade religiosa islâmica, o ex-pastor conta com o apoio do xeque moçambicano Ali Momade, de 36 anos. A dupla costuma visitar a casas nos arredores da cidade para apresentar o Corão, tentando converter novos fiéis.
A esposa de Dedé, Rosineide Alves Ferreira Vieira, 49 anos, contou ter estranhado o comportamento do marido antes de abraçar a nova religião. O mesmo aconteceu na cidade, pois alguns dos hábitos religiosos foram recebidos com estranheza inicialmente.
Além do uso do véu para as mulheres, os muçulmanos de Sergipe também não comem carne de porco, nem consomem bebidas alcoólicas ou abatem animais para consumo. Momade garante que o interesse pela religião islâmica cresceu muito após os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
Uma das convertidas ao Islã que pertencem à comunidade do ex-pastor é Neilma Santana, de 22 anos. Filha de evangélica, ela vivenciou uma situação delicada dentro de casa: “Sempre comi galinha sufocada (morta por estrangulamento) em casa, mas depois do islã, só posso comer galinha sangrada (por corte). Então para agradar a todos, matamos sempre duas galinhas”, exemplificou.