O Pastor/Bispo Manoel Ferreira, presidente vitalício da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, pré-candidato do PR ao Senado, disse ser impossível ele trocar sua candidatura ao Congresso pela vaga de vice na chapa de Anthony Garotinho, até antes da inelegibilidade, postulante ao governo do Rio, a favor de uma aliança de seu partido com o também pré-candidato a senador Marcelo Crivella, do PRB.
De acordo Manoel Ferreira, apenas uma condição o levaria a aceitar uma coligação com Crivella: que o senador trouxesse para a aliança, além do PRB, o PTB e o PDT, por enquanto dados como certos na base de apoio à reeleição de Sérgio Cabral (PMDB).
– Inclusive já disse isso ao (ex-) governador Garotinho (que teve os seus direitos políticos cassados). Se o Crivella entrar por uma porta, eu saio por outra. Minha candidatura ao Senado tem o caráter irrevogável. Mas sei que estou num jogo. E num jogo ninguém tem certeza de nada – disse Ferreira. -Só se ele trouxesse o PDT e o PTB, além do PRB, poderíamos conversar – continuou.
Mesmo se Crivella conseguisse atrair o PTB e do PDT, no entanto, Manoel Ferreira diz que sua candidatura seria mantida.
– O Crivella seria o segundo candidato ao Senado da chapa – afirmou o pastor, sugerindo que, se o PDT entrasse na coligação, poderia indicar o candidato a vice, propondo o nome do deputado Wagner Montes (PDT).
Até agora, nem Garotinho nem Crivella anunciaram alianças, continuando isolados. Ambos vêm conversando, no entanto, sobre uma possível coligação. Mas Crivella e Manoel Ferreira, além de pertencerem a grupos evangélicos diferentes, carregam divergências do passado, como nas eleições municipais de 2008, quando Ferreira fazia campanha para o adversário de Crivella, o agora prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Bispo faz alianças
O pastor/bispo afirma que ele e Garotinho estão “conversando” com o PT e que devem ter uma definição até o final da semana – que termina nesta sexta-feira (21). Segundo Manoel Ferreira, as conversas têm incluído o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Da mesma forma, ele afirma que o PR também negocia com o PSDB.
No início de abril, Dilma Rousseff reuniu-se e trocou elogios com Garotinho. “É um parceiro antigo, do tempo do PDT”, disse Dilma; “se eu estou apoiando a campanha dela, é natural que ela retribua”, respondeu o ex-governador.
No final do mês passado, porém, o PT se reuniu no Rio e convidou Cabral, que, no palco, ouviu a pré-candidata petista afirmar que “o palanque do Sérgio Cabral é o único do Partido dos Trabalhadores aqui no Rio de Janeiro”.
Depois disso, em 1º de maio, Manoel Ferreira chegou a anunciar a presença de Serra em um evento da Assembléia de Deus em Madureira (zona norte do Rio), onde é pastor, mas o ex-governador de São Paulo foi a outro evento da igreja, em Santa Catarina.
Fonte: O Globo e Terra / Gospel+