Assim que se converteu ao cristianismo, Nuhu Mamman foi expulso de casa, perdeu a noiva e foi afastado da família. Nascido muçulmano, ele recebeu a Cristo ainda jovem, em 1969. Foi privado do convívio com os colegas, chantageado, perseguido, mas todas essas adversidades só serviram para fortalecer ainda mais a sua fé em Jesus.
“No início, minha conversão do islã para o cristianismo foi encarada como piada para os meus pais, depois eles perceberam que eu estava realmente comprometido e se afastaram de mim”, disse Nuhu.
Seu encontro com Cristo aconteceu quando o missionário Malam Shekaru pregou para ele e para outros de sua vizinhança. “Malam foi a primeira pessoa desta vila a aceitar Jesus”, contou.
“Fui renegado pela minha família, deserdado, acabei excomungado de casa, estigmatizado, ao ponto de ninguém mais querer ficar perto e comer comigo”, contou ele.
“Os convertidos ao cristianismo passam por humilhações e preconceito. Sempre somos forçados a nos transformarmos em muçulmanos e precisamos nos defender das perseguições”, disse Nuhu.
Ele nunca chegou a cursar o ensino básico. Aprendeu a ler a Bíblia com a ajuda do seu professor e missionário Malam. Rapidamente conseguiu entrar em uma escola bíblica e obteve o diploma de bacharéu em teologia no Seminário Teológico Jos ECWA.
Colhendo os frutos
Hoje o reverendo Rev. Nuhu Mamman preside um ministério com mais de 2 mil membros, 16 pastores, 25 igrejas e 44 estações missionárias espalhadas pelo Estado de Kebbi, cuja população é majoritariamente muçulmana, com mais de 2 milhões de pessoas.
Antes de sua conversão, ele estava noivo. Mas, depois de confessar Cristo, a família da moça cancelou o casamento.
“Eu não conseguia mais uma garota para casar porque todas as famílias muçulmanas me consideravam infiel”, contou.
Foram 11 anos até o reverendo Nuhu encontrar uma mulher cristã para se casar. A escolhida foi Naomi, de um Estado distante, Katsina.
Seu comprometimento em permanecer na fé resultou na conversão de dois dos seus irmãos. Apesar disso, os demais membros da família ainda o evitam.
“Meus parentes de sangue muçulmanos não gostam de mim, eles se mantêm distantes como se eu e minha família fossemos uma praga contagiosa”, disse. “Eles nos odeiam porque abandonamos o islã e são muito agressivos”.
O reverendo Nuhu Mamman, de etnia hausa, conta que a perseguição aos cristãos está se espalhando em Kebbi.
Dificuldades
“Encontrar lugares de culto para os convertidos do islamismo é problemático, pois o Estado cria pretextos para evitar a construção de igrejas e para demolir as existentes”, explicou o pastor.
Em entrevista ao Compasss, ele disse que na vila de Danbargo, os demais moradores se converteram a Cristo e resolveram construir uma igreja, mas o governo local determinou a demolição da obra e ameaçou a comunidade de ter as suas propriedades confiscadas.
“Sem perspectivas de sobrevivência e novos da fé, muitos destes cristãos voltaram para o islamismo”, contou o pastor. Por isso, disse ele, o maior problema hoje em Kebbi é encontrar um lugar para os cultos. “Sem um lugar para adorar ao Senhor e aprender a Palavra, o Evangelho não cresce”, explicou.
Fonte: Portas Abertas