Os pastores Silas Malafaia da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e Jabes Alencar, Presidente do Conselho de Pastores de São Paulo declararam seu apoio ao candidato José Serra (PSDB). A declaração do apoio revelou o distanciamento da igreja evangélica da candidatura de Fernando Haddad, que ficou conhecido por tentar implementar o kit gay em escolas públicas em todo o Brasil.
Alencar, que é presidente da Assembléia de Deus do Bom Retiro, ala que possui 33 templos na capital paulista, havia se mantido isento no 1º turno, mas agora declarou abertamente seu apoio político ao PSDB. “Vou convocar reunião do Conselho para trazer o apoio dos bispos ao Serra. Não dá para apoiar o PT”, disse o líder religioso. O apoio de Alencar era um dos mais disputados pelos candidatos, pela relevância de sua influência no Conselho de Pastores, de acordo com o Estadão.
Já Malafaia manifestou seu apoio a Serra desde o 1º turno, quando já desferiu ataques diretos a Haddad e ao kit gay. Ele preferiu se adiantar e declarar abertamente seu apoio por temer um segundo turno entre Haddad e Celso Russomanno, do PRB, cuja campanha é comandada por expoentes da Igreja Universal do Reino de Deus.
O candidato Fernando Haddad, por sua vez, já havia se manifestado contra a interferência de igrejas nas eleições. “Penso que é um equívoco que as igrejas sejam instrumentalizadas a favor de um partido e menos ainda em favor de um candidato” disse. E continuou: “Acho que igreja é igreja e política é política. Misturar as duas coisas, onde isso aconteceu, não deu certo. Pode pegar qualquer lugar do mundo. Onde a religião e a política se confundem traz um sentimento ruim para a população, cresce a intolerância, crescem os conflitos desnecessariamente”, disse o candidato pouco antes do 1º turno.
O coordenador da campanha de Haddad, Antonio Donato, já adiantou que o candidato vai manter distanciamento das igrejas.
“Temos o maior respeito por todas as igrejas, mas não vamos misturar política e religião. Vamos manter a estratégia do primeiro turno: mostrar nosso plano de governo a todas as igrejas, mas sem nenhum tipo de movimento para tentar atrair apoio dessa ou daquela denominação”.
Apesar dos lideres religiosos rejeitarem expressamente o kit gay, o tema não será usado pela campanha de Serra contra o adversário. “Nós não pretendemos explorar a questão do “kit gay” na campanha. Esta é uma manifestação dos pastores”, disse um dos coordenadores da campanha do tucano, Walter Feldman (PSD).
Por Jussara Teixeira para o Gospel+