O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito o novo presidente da República do Brasil no último dia 30, domingo, segundo turno das eleições 2022. Com o resultado cravado, vale ressaltar algumas pautas defendidas pela legenda ao longo da sua trajetória.
Durante a campanha eleitoral 2022, veículos de comunicação e lideranças evangélicas fizeram alertas sobre o que a ascensão de Lula pode representar para os cristãos do país, em termos de atuação política.
No quesito ideologia de gênero e ativismo LGBT+, por exemplo, quando o PT tinha como ministro da Educação Fernando Haddad, foi apoiado um conteúdo chamado Escola sem Homofobia, popularmente conhecido como “kit gay”.
Muito embora não tenha sido o responsável pela elaboração do conteúdo, foram ONGs contratadas pelo governo petista que o fizeram, após solicitação da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. O material, na época, depois que veio a público sofreu forte rejeição.
O então deputado federal Jair Bolsonaro usou a expressão “kit gay” para condelá-lo, chegando a levar um exemplar para a sua sabatina eleitoral na rede Globo, no Jornal Nacional, na campanha presidencial de 2018.
“A noção de identidade de gênero nos possibilita perceber que não é pelo simples fato de possuirmos genitais de um ou de outro sexo que automaticamente nos identificamos como pertencentes a este ou àquele”, dizia o material.
Aborto e drogas
Além da questão sexual, o PT também possui posicionamentos históricos em favor da descriminalização das drogas e do aborto.
Resoluções do Encontro Nacional de Direitos Humanos do PT, elaboradas em 2021, por exemplo, falam em “cessar a guerra às drogas: regular, descriminalizar, redução de danos, educação e saúde”.
Segundo a agência Reuters, as resoluções do ENDHP não fazem parte do governo Lula atual, contudo, servem para “ampliar o debate político interno”, podendo ser “aproveitadas em um futuro programa”.
Mas, em 2018, quando Haddad disputava a presidência da República contra Bolsonaro, o plano de governo petista já falava em mudança no plano de combate ao consumo de drogas.
O plano dizia que “a atual política de repressão às drogas é equivocada, injusta e ineficaz, no Brasil e o no mundo”, e que por isso “o país precisa olhar atentamente para as experiências internacionais que já colhem resultado (sic) positivos com a descriminalização e a regulação do comércio”, informou o R7.
O mesmo é possível dizer com relação ao aborto. Ainda este ano, Lula defendeu explicitamente a morte deliberada de bebês no ventre materno como uma questão de “saúde”, devendo ser um “direito”. No decorrer da campanha, porém, o petista afirmou ser “pessoalmente” contra a prática.
“Mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque o aborto é proibido, é ilegal. […]. Quando que a madame pode ir fazer um aborto em Paris, escolher ir pra Berlim. Na verdade, deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito, e não vergonha”, declarou Lula.
Por essas e outras pautas, pastores e padres já manifestaram preocupação com os rumos do Brasil estando novamente sob o comando petista. A expectativa, agora, é que a esquerda fará de tudo para fazer avançar a sua agenda, não necessariamente pelo Legislativo, mas também pelo Judiciário, considerando que o próximo presidente terá, já em 2023, que indicar mais dois ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Aborto é algo que ‘todo mundo deve ter direito, e não vergonha’, diz Lula