A mensagem de Andrew Brunson é direta, mas está longe de ser simples: a Igreja precisa se preparar para uma onda sombria de perseguição que está chegando.
Preso por dois anos sob falsas acusações de terrorismo na Turquia, o experiente missionário diz que rapidamente “quebrou”, perdeu qualquer noção da presença de Deus e teve pensamentos suicidas durante seu encarceramento.
“Comecei até a questionar a existência de Deus”, disse Brunson, em um depoimento duro, mas sóbrio e inspirador para quem tem ouvidos para ouvir.
Brunson e sua esposa, Norine, foram missionários na Turquia por 23 anos antes da prisão. Recentemente, viajaram a Israel para a celebração da Festa dos Tabernáculos da Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém.
Lá, o pastor Brunson ensinou o que ele acredita que os cristãos devem saber para enfrentar julgamentos e testes que certamente virão. Numa entrevista ao portal All Israel News, ele disse que esta não é a mensagem que ele prefere levar, mas é a que Deus lhe deu.
Ele prevê uma perseguição cultural e social chegando aos Estados Unidos em que a exclusividade de Jesus como único caminho para a salvação se tornará uma postura controversa.
“A maioria das instituições da sociedade está apoiando coisas que um fiel seguidor de Jesus não pode abraçar… e é assim que eles justificarão a perseguição”, introduziu Brunson. “Os crentes que defendem essa verdade serão marginalizados nas escolas, empregos, bancos e muito mais”, acrescentou.
Testando a determinação dos crentes, a pressão para se conformar se manifestará socialmente e, eventualmente, financeiramente: “O que emergiu como o principal foco é a ideologia de gênero e [pautas] LGBT. E onde quer que isso se cruze com a liberdade religiosa, [o ativismo] LGBT está vencendo. Agora há uma exigência de que as pessoas não apenas tolerem, mas que abracemos e celebremos essa ideologia. E se você não fizer isso, você é visto como alguém que é odioso”.
A geração mais jovem de crentes e até mesmo muitas igrejas estão se afastando dessas questões “não (apenas) porque trará pressão de fora, mas porque dividirá a igreja”, lamentou o pastor. “Já existe uma medida de engano na Igreja. A igreja está recuando no ensino da verdade, a próxima geração ficará confusa”, advertiu.
“Nos Estados Unidos, temos um problema em que é uma cultura majoritariamente cristã com valores judaico-cristãos, mas nossa cultura se tornou pós e anticristã. Lutamos contra isso e tentamos continuar a ter influência? É aqui que está a verdadeira tensão agora”, reiterou.
Uma das dificuldades será a perseguição expressa em falsas acusações de ódio e intolerância, ao invés de acusações diretamente ligadas à fé. Falando por experiência pessoal, ele foi nocauteado com falsas acusações políticas:
“Quando eu estava na Turquia, se eles tivessem dito ‘Andrew Brunson é um plantador de igrejas’, eu teria usado [essa acusação] com orgulho. Em vez disso, eles disseram: ‘Ele é mau e é um terrorista’, então eu me tornei uma figura de ódio. As pessoas que permanecerem fiéis serão vistas como um povo de ódio. A mesma coisa aconteceu com Jesus. Eles disseram que Ele era demoníaco e, eventualmente, eles o mataram”, finalizou.