A decisão da deputada cristã finlandesa em contestar a aproximação da Igreja Evangélica Luterana de seu país com o movimento LGBT está rendendo a ela mais de cinco anos de uma batalha judicial, e embora ela já tenha vencido processos antes pelo mesmo caso, será novamente julgada.
Päivi Räsänen concedeu uma entrevista e afirmou que sua batalha na Justiça começou há mais de cinco anos, quando ela cobrou uma explicação da Igreja Evangélica Luterana sobre os motivos de a liderança ter “decidido apoiar, financeiramente e publicamente” uma parada gay.
“Foi uma decepção e até um choque para mim e para muitos outros. Muitos dos meus amigos decidiram renunciar à igreja, e eu também estava orando… ‘O que devo fazer agora?’ Fiquei muito preocupada com essa declaração pública da liderança da igreja, porque estava preocupada que isso minaria a confiança das pessoas na Bíblia e em sua autoridade”, recapitulou.
À época, Päivi Räsänen decidiu ir ao Twitter — agora chamado X – para compartilhar um texto de Romanos 1, onde o apóstolo Paulo aborda a ética sexual. Ela adicionou uma pergunta à liderança da igreja sobre sua posição apoiando as bandeiras LGBT.
“Depois disso, um cidadão fez uma queixa criminal e a polícia começou a investigar o caso. No começo, eu não acreditei. Tinha lido no jornal que a polícia [havia] começado a investigar o caso e liguei para o policial e ele disse: ‘Sim, estamos investigando’”, contou a parlamentar, que tem longa carreira na política da Finlândia.
Outras queixas criminais surgiram, resgatando um panfleto antigo que ela havia escrito muitos anos antes a respeito do casamento e uma entrevista concedida a uma emissora de rádio.
“Fui interrogada na delegacia de polícia por 13 horas sobre questões muito teológicas — questões bíblicas. A polícia [estava] me perguntando… ‘Qual é a mensagem principal do Livro de Romanos?’. E assim por diante”, comentou Päivi, acrescentando que a situação era “absurda”.
Os processos
Todo o caso se transformou em acusações formais, e os processos chegaram ao tribunal: “Eles [estavam] me acusando de violar […] a lei sobre agitação contra minorias. Temos esse tipo de lei na Finlândia, assim como em quase todos os países europeus”.
A deputada cristã, porém, disse que sempre afirmou que “as pessoas são iguais e todas as pessoas são valiosas, criadas por Deus à Sua imagem”, o que foi o eixo de sua vitória em dois processos. No entanto, mesmo depois de ter sido absolvida, os promotores decidiram apelar e levar o caso dela à Suprema Corte da Finlândia — algo que ela disse ser “inacreditável”.
Independentemente do tamanho da adversidade, ela não está disposta a recuar porque os riscos são altos: “Eu acho que isso teria consequências muito, muito perigosas porque eu diria até que isso daria início ao período de perseguição aos cristãos na Finlândia e em países europeus”, disse Päivi Räsänen sobre uma eventual derrota no tribunal superior.
“Porque então isso significaria que você não tem mais permissão para concordar publicamente com a Bíblia. Acho que a consequência e punição mais perigosa seria a proibição dos meus escritos, tirar minhas postagens no Twitter e meu livro, e não seria apenas uma punição contra mim, seria também contra milhares e milhares de cristãos que publicaram opiniões e declarações semelhantes”.
Embora não esteja sendo fácil de lutar, ela se comprometeu em ir até o fim na defesa de sua fé: “Este tem sido meu chamado. Este processo me deu tantas chances em público de testemunhar sobre o Evangelho, sobre Jesus — que é a solução para o problema do pecado”, concluiu a deputada cristã, de acordo com a emissora Christian Broadcasting Network (CBN News).