Em seu tradicional podcast, o pastor John Piper recebeu uma pergunta que para alguns pode parecer complexa em um dado momento, mas que, na realidade, encontra respostas objetivas na Bíblia sagrada. O questionamento é o seguinte: “Se o castigo do pecado é eterno, por que o castigo de Jesus também não foi eterno?”
Em outras palavras, se Jesus veio à Terra para pagar o preço pelos pecados da humanidade, por que a sua morte não foi eterna, já que a punição daqueles que não se arrependem, e morrem sem Deus, é a condenação eterna, conforme ensina o Apóstolo Paulo em 2 Tessalonicenses 1.9?
“Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder”, diz o versículo.
Primeiramente, Piper, autor renomado no meio teológico, classificou o questionamento como “excelente porque nos leva a levar a sério o valor da morte de Jesus”. Posteriormente, ele fez citações bíblicas que fundamentam o motivo pelo qual Deus encarnou em Jesus.
“Colossenses 2.14: ‘tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;’ – isso significa que Deus fez através das mãos de Jesus. Gálatas 3.13: ‘Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar […]'”, exemplifica o pastor.
Resposta conceitual
Ao citar o trecho de uma mensagem do teólogo Jonathan Edwards, Piper oferece uma explicação conceitual para a questão, explicando que “o princípio por trás desse argumento é que quanto maior o valor – ou a dignidade ou a honra – de uma pessoa, mais insultuoso, desonroso e vergonhoso é o sofrimento inocente dessa pessoa.”
“Portanto, o sofrimento do Filho de Deus é um mal maior do que o sofrimento de um ser humano pecador. E como o valor e a honra do Filho de Deus são um valor infinito e uma honra infinita, portanto, seu sofrimento teve um valor infinito, mais do que suficiente para ser o castigo para seres humanos finitos”, diz Piper.
Ou seja, o período que Jesus sofreu, tanto nos 33 anos da sua vida, como nos três dias que passou na sepultura – antes da ressurreição – foram mas do que suficientes para o resgate eterno da humanidade, dado à natureza divina da Sua pessoa.
Ele conclui: “Porque o valor infinito da pessoa de Cristo torna seu sofrimento de valor infinito e suficiente para cobrir todos os pecados de todo o seu povo.”
Resposta textual
Além da resposta conceitual oferecida por Piper, também há a resposta objetiva oferecida pela Bíblia sagrada, que basicamente é a justificação pelo não cometimento de pecado algum.
Como o “salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), e Jesus Cristo não cometeu qualquer pecado, como diz 1 Pedro 2:22 – “Ele não cometeu pecado algum, nem qualquer engano foi encontrado em sua boca” – consequentemente a morte não pode reter o Messias pela eternidade, vindo daí a sua ressurreição, como justo.
Por não ter cometido pecado, “Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse”, (Atos 2:24). Desse modo, o efeito do castigo eterno sobre àqueles que são justificados pela fé em Jesus é anulado, porque Ele foi o único a viver sem pecado, vencendo a morte.
“Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Coríntios 15:55-56). Assista: