Um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus acusado de manter um funcionário fantasma em seu gabinete da Assembleia Legislativa do Paraná insinuou que uma jornalista investigativa poderia ter feito favores sexuais para obter informação sigilosa sobre a investigação.
O pastor e deputado Edson Praczyk (PRB) é investigado pelo Ministério Público por desvio de verbas através da contratação de um funcionário que nunca exerceu suas funções. A jornalista Paola Manfroi, da RPCTV (afiliada da Rede Globo), divulgou detalhes da investigação, o que enfureceu o político.
“O que essa jornalista deu para conseguir essas informações privilegiadas? Como conseguiu isso? Se nem eu sabia que tinham embargado, bloqueado minha conta bancária? Como pode?”, afirmou o parlamentar.
Ele se referia ao fato de que a Justiça havia acatado o pedido do Ministério Público do estado para bloquear suas contas bancárias. O valor que ficou retido passa dos R$ 300 mil, e Paola Manfroi conseguiu a informação antes da divulgação oficial, o que no jargão jornalístico é descrito como “furo”.
Agora, Praczyk enfrenta uma acusação formal na Justiça por supostamente ter embolsado o salário de uma funcionária fantasma entre 2001 a 2005, totalizando R$ 35 mil em valores da época.
As denúncias contra o deputado surgiram após investigações da Polícia Federal, que descobriu que um assessor do deputado havia registrado uma fiel da Igreja Universal do Reino de Deus como funcionária do gabinete. Os documentos da mulher haviam sido pegos pelo assessor sob o pretexto de ungi-los, de acordo com informações veiculadas na imprensa.
A postura do pastor foi considerada um “ataque” à jornalista, de acordo com informações do Paraná Online. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) publicou nota repudiando as declarações: “O mesmo político já tinha usado palavras de baixo calão para se referir a jornalistas que cumpriam com o seu dever, questionando as irregularidades apontadas pelo Ministério Público (MP). Desta vez, porém, há o sério agravante do machismo […] Para a entidade, a atitude de Praczyk se configura quebra de decoro. O SindijorPR reitera que estudará medidas, inclusive judiciais, a serem tomadas contra o deputado”, diz o comunicado.
Veja o trecho do pronunciamento do pastor e deputado estadual Edson Praczyk que ele questiona os métodos da jornalista para obtenção da notícia: