A permanência de medidas restritivas ao uso de templos religiosos durante a pandemia do novo coronavírus, se comparadas ao uso de bares e restaurantes, não é algo coerente, segundo o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos).
Para o gestor, a diferença marcante entre os dois usos está no “ambiente”, de modo que a realização de encontros religiosos é algo mais seguro do que a ida a um bar ou restaurante, por exemplo.
“Questão do ambiente. Para estar bebendo e comendo tira a máscara. E quando ingere muito álcool dá-se a falar mais alto”, argumentou Rogério durante uma entrevista ao Mais Goiás.
O prefeito rebateu a ideia de que a sua defesa pela reabertura das igrejas ocorre por ser evangélico. Segundo ele, outros grupos religiosos também estão seguindo as orientações de prevenção contra o Covid-19.
“Só porque sou evangélico me perguntam… as igrejas estão respeitando o protocolo. Só o padre, o pastor, que fazem a palestra, tiram a máscara. As pessoas estão respeitando, estão de máscara. Hoje estive em uma reunião espírita e estavam todos com máscara”, disse ele.
A comparação feita pelo prefeito não é a única. O pastor Brian Houston, fundador do ministério Hillsong Church, na Austrália, fez algo semelhante, mas comparando o uso dos templos religiosos aos estádios de futebol.
“Claro, assistindo ao futebol e as pessoas torcendo, se abraçando, cuspindo e batendo as mãos, etc., o número de eventos comunitários está crescendo, mas não houve absolutamente nenhuma mudança nas igrejas”, disse ele recentemente.
Brian cobrou dos líderes religiosos uma tomada de atitude diante das medidas restritivas na pandemia, uma vez que considera injusto o modo como as igrejas estão sendo tratadas, se comparadas a outros estabelecimentos.
“É hora de os líderes da igreja se unirem para tomar uma posição. Estamos todos comprometidos em manter as pessoas seguras, mas parece que as igrejas nem mesmo estão sendo consideradas para um alívio constante das restrições”, criticou o pastor.