Um pastor que falou em tom de profecia que o presidente Donald Trump reverteria o cenário de alegadas fraudes nas eleições dos Estados Unidos e teria um segundo mandato, veio a público pedir desculpas por “profetizar incorretamente”. Agora, ele alega estar sendo ameaçado de morte.
Jeremiah Johnson é um pregador neopentecostal dos Estados Unidos, que viaja por todo o país participando de eventos em igrejas diversas. Em novembro do ano passado, logo após as primeiras projeções que apontavam a vitória de Joe Biden, muitos líderes neopentecostais declararam que o cenário seria revertido por Deus.
“Ou um espírito mentiroso encheu a boca de inúmeras vozes proféticas confiáveis na América ou Donald J. Trump realmente ganhou a presidência e estamos testemunhando um plano diabólico e maligno se desdobrando para roubar a eleição”, disse Jeremiah Johnson na ocasião.
Agora, com a negativa dos tribunais em aceitar os pedidos de recontagem feitos pelos advogados de Trump, Jeremiah Johnson publicou uma carta aberta aos irmãos na fé e demais líderes evangélicos dos Estados Unidos, pedindo perdão por “profetizar incorretamente”.
“Meu objetivo neste pedido de desculpas público é duplo. Em primeiro lugar, gostaria de me arrepender por profetizar incorretamente que Donald Trump conquistaria um segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos. Eu me recuso a culpar os santos e dizer: “Isso não aconteceu porque eles não oraram o suficiente”. Nem proclamarei: “Donald Trump realmente venceu, então eu estava certo, mas agora foi roubado dele”. Eu acredito que a primeira declaração visa aliviar o mensageiro profético da responsabilidade do que ele profetizou, e a segunda declaração está cheia de orgulho potencial e uma falta de vontade de humilhar-se e admitir que estava errado”, escreveu o pastor.
“Eu estava errado, lamento profundamente e peço seu perdão. Eu quero me desculpar especificamente a qualquer crente em quem eu agora tenha causado dúvidas em relação à voz de Deus e Sua capacidade de falar ao Seu povo. Como ser humano, perdi o que Deus estava dizendo; no entanto, tenha certeza de que o próprio Deus NÃO é um mentiroso e Sua Palavra escrita deve ser sempre o fundamento e a fonte de nossas vidas como cristãos”, acrescentou Johnson.
A extensa carta do pastor também faz ressalvas sobre outras profecias que ele diz ter recebido de Deus, desde 2015, sobre a vitória de Donald Trump nas eleições de 2016 e de como foi revelado a ele que o presidente exerceria um papel fundamental na nação nos anos que vêm pela frente.
Ameaças de morte
Usando sua página no Facebook, o pastor Jeremiah Johnson relatou que recebeu ameaças de morte de pessoas alegadamente cristãs evangélicas neopentecostais depois que se posicionou pedindo desculpas pelo seu equívoco.
“Nas últimas 72 horas, recebi várias ameaças de morte e milhares e milhares de e-mails de cristãos dizendo as coisas mais desagradáveis e vulgares que já ouvi sobre minha família e ministério. Fui rotulado de covarde, traidor, traidor do Espírito Santo e xingado pelo menos 500 vezes. Perdemos parceiros de ministério a cada hora”, escreveu o pastor.
“Tenho ficado pasmo com a enxurrada de teorias de conspiração contínuas sendo enviadas a cada minuto em nosso caminho e com o ódio puro sendo liberado. Para minha grande dor de cabeça, estou convencido de que partes do movimento profético/carismático são muito MAIS DOENTES do que eu jamais poderia ter sonhado”, acrescentou Johnson.
Por fim, ele lamentou que a situação tenha chegado a tal ponto: “Sinceramente, nunca percebi como milhares e milhares de santos ficam absolutamente excitados e furiosos com Donald Trump. É assustador! Está cheio de idolatria! Se eu ajudei a sustentar essa ideologia em relação a ele, precisarei me arrepender novamente e agitar ainda mais o inferno”.