A tentativa de legalizar a maconha no Brasil não é recente, já tendo sido combatida pela Bancada Evangélica no Congresso Nacional e conservadores em geral há anos. Mas o substitutivo de um Projeto de Lei recém presentado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, poderá trazer de volta esse debate.
Se trata do PL399/2015. O seu substitutivo foi apresentado a Rodrigo Maia no dia 18 passado pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O texto prevê a implantação do plantio de maconha no Brasil para fins medicinais e industriais, segundo a revista Globo Rural.
“A nossa luta é para buscar amenizar o sofrimento de milhares de pessoas que encontraram nos remédios com Cannabis um alento para a sua dor. Quem não entende isso, não tem empatia”, comentou o ex-prefeito de Curitiba e relator da proposta na Câmara, Luciano Ducci, em sua conta no Twitter.
O projeto, no entanto, é visto como uma “armadilha” pela coordenadora nacional do Movimento Maconha Não, a psicóloga e escritora Maria Lobo. Ela foi uma das principais figuras contrárias ao PL 399/15 em 2015, lado ao ex-senador Magno Malta.
Ambos participaram de audiências públicas na época, rebatendo a intenção de se implantar o cultivo de maconha no Brasil. Segundo Marisa, o plantio da cannabis seria uma porta de entrada para a consequente legalização do consumo recreativo da droga.
“Já debatemos exaustivamente este projeto, é apenas um Cavalo de Troia para legalização da maconha recreativa. Não podemos permitir”, escreveu Marisa em sua conta no Twitter.
Questionada sobre qual seria a alternativa para quem precisa do extrato da maconha para uso medicinal, a psicóloga explicou que a melhor solução é a importação. Para isso, bastaria o governo reduzir ou mesmo zerar os impostos sobre o medicamento, facilitando assim o acesso à população.
“Não somos contra o uso medicinal do canabidiol. Somos contra a implantação do cultivo da planta no Brasil, pois os interesses por trás disso são comerciais, visando explorar a dor das famílias que precisam do medicamento para lucrar com a venda dele”, afirmou Marisa em declaração ao Opinião Crítica.
“Nós podemos simplesmente importar o medicamento, assim como o governo já faz com centenas de outros. Dessa forma, conseguimos atender uma demanda clínica e ao mesmo tempo garantir que o lobby da indústria da maconha para exploração comercial e recreativa não venha para terras brasileiras”, destacou.
Um vídeo apresentado pelo deputado Sóstenes Cavalcanti, também em 2015, mostra o que seria um ativista pró-maconha explicando como a legalização do plantio da droga seria um passo rumo à legalização do consumo recreativo da cannabis. Assista abaixo: