De acordo com o último censo realizado no Brasil, o país possui 203.062.512 milhões de brasileiros, um crescimento de apenas 6,45% nos últimos 10 anos, desde o último levantamento, realizado em 2010. Os dados refletem um cenário populacional preocupante que, segundo o pesquisador Guillaume Blanc, pode estar relacionado à religiosidade.
No caso brasileiro, o crescimento de 6,45% da população não era o esperado, sendo considerado um número baixo. Isso, contudo, reflete uma tendência de baixa fertilidade que a Europa já vem enfrentando há décadas.
Professor assistente de economia na Universidade de Manchester e vice-diretor do Arthur Lewis Lab for Comparative Development, Blanc fez uma pesquisa para analisar o motivo da queda populacional em seu país, na França, e sua análise conclui que existe uma espécie de padrão generalizado entre baixa fertilidade e esfriamento religioso.
“Eles são bem generalizáveis”, diz ele sobre os dados coletados. “Através do tempo e do espaço, mostrou-se que a religiosidade se correlaciona de forma positiva com a fertilidade”, explicou o autor, segundo informações da Gazeta do Povo.
Cenário preocupante
Blanc apontou uma série de questões possíveis de explicar o esfriamento religioso, como o culto à “razão” e às revoluções industriais, elementos que impactaram a formação cultural da sociedade moderna e pós-moderna.
O autor, no entanto, evitou tratar a queda populacional como prenúncio de uma catástrofe futura. Blanc acredita que a baixa fertilidade, atualmente, também está relacionada à preocupação dos casais com os condições da vida atual.
“Creio que a conclusão mais importante da minha pesquisa, se a aplicarmos ao mundo de hoje”, diz ele, “é que a fertilidade baixa, que é uma questão restritiva, não é o fim do mundo”.
Quanto ao papel da igreja nesse quesito, ele também não tem dúvida, pois entende que muitos deixaram de encarar a ordenança bíblica de crescer e se multiplicar como uma função, também, da família.
“Os franceses não apenas rejeitaram os ensinamentos da Igreja, mas também a monarquia (e as elites), que tinham fortes laços com a Igreja”, conclui o autor. Para ler a íntegra original da sua publicação, clique aqui.