O longo reinado de Elizabeth II chegou ao fim na tarde de ontem, 08 de setembro, quando a Família Real Britânica anunciou sua morte aos 96 anos. Líderes cristãos de diferentes países lembraram seu legado como monarca e como cristã, e celebraram sua memória.
A rainha Elizabeth II assumiu o trono em 1952, sendo oficialmente coroada no ano seguinte. Ao longo de seu reinado, viu as grandes mudanças no cenário global, incluindo guerras, queda de sistemas políticos e econômicos, assim como mudanças sociais.
Como cristã, lamentou que os países sob seu reinado, incluindo Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, tenham aprovado anos atrás a união entre pessoas do mesmo sexo. Este último foi onde houve mais resistência, devido à forte influência cristã na sociedade, que tem 75% de cristãos, divididos entre católicos, presbiterianos e fiéis da Igreja da Irlanda.
Poucas horas após o anúncio de sua morte, líderes cristãos prestaram seus respeitos à proeminente monarca, de acordo com informações do portal The Christian Post.
O pastor Franklin Graham afirmou que a rainha foi “um símbolo de estabilidade e firmeza para o Reino Unido por 70 anos”, e destacou que apreciava “seu exemplo de liderança e sua vida de integridade”, já que teve oportunidade de observar a amizade que Elizabeth II nutriu com seu falecido pai, o reverendo Billy Graham.
“Meu pai teve o privilégio de se encontrar com a rainha mais de uma dúzia de vezes, e ela foi uma anfitriã graciosa, convidando meus pais a visitar o Palácio de Buckingham em várias ocasiões”, relembrou Franklin Graham.
“Meu pai disse que achava a rainha Elizabeth ‘uma mulher de rara modéstia e caráter’ e prometeu orar por ela e sua família todos os dias”, acrescentou o pastor, pontuando que Elizabeth II “foi uma amiga de meu pai, mas mais importante, ela foi uma verdadeira amiga da fé cristã”.
“Ela fará muita falta”, finalizou o pastor.
Outro líder evangélico que enalteceu o legado da rainha foi o pastor Greg Laurie, escritor e líder da megaigreja Harvest Christian Fellowship na Califórnia (EUA). No Twitter, ele lembrou um comentário de 2002 em que ela disse “confio em minha fé para me guiar nos bons e nos maus momentos”.
“Elizabeth II não era apenas um ícone do século 21, a rainha da Inglaterra. Ela era filha de outro rei, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Bem-vinda à casa. Você nos deixou melhores”, finalizou.
Justin Welby, arcebispo de Canterbury (cargo que indica a liderança sacerdotal da Igreja da Inglaterra), divulgou um comunicado no qual expressou sua “profunda tristeza” pela morte da rainha, pedindo orações pela família real.
“Enquanto choramos juntos, sabemos que, ao perder nossa amada rainha, perdemos a pessoa cuja lealdade, serviço e humildade inabaláveis nos ajudaram a entender quem somos ao longo de décadas de mudanças extraordinárias em nosso mundo, nação e sociedade”, disse Welby.
“Por mais profunda que seja nossa dor, ainda mais profunda é nossa gratidão pela extraordinária dedicação de Sua Majestade ao Reino Unido, seus Reinos e a Comunidade das Nações [composta por 53 nações que foram parte do Império Britânico, como Canadá, Austrália e outras]. Em tempos de guerra e dificuldades, em épocas de agitação e mudança, e em momentos de alegria e celebração, fomos sustentados pela fé de Sua Majestade no que e em quem somos chamados a ser”, acrescentou Welby.
O arcebispo de Canterbury também destacou a posição de Elizabeth II como Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra, exercida como uma “fiel discípula cristã [que] viveu sua fé todos os dias de sua vida”.