O grupo terrorista Hamas realizou uma série de solturas de prisioneiros durante o acordo de cessar-fogo com Israel na semana passada. Entre as vítimas está o filipino Jimmy Pacheko, que ficou detido como refém por quase dois meses, tendo sido sequestrado no primeiro dia de ataque ao país judeu, em 7 de outubro passado.
Jimmy estava trabalhando como cuidador de idoso no momento em que os terroristas invadiram a comunidade rural onde estava, conhecida como “kibutz”. O dono da propriedade foi morto na sua frente, enquanto ele foi levado preso.
“Testemunhei o meu empregador ser morto sem piedade”, disse o filipino. “O Hamas me perguntou se eu era soldado. Eles colocaram um rifle automático e atiraram ao lado da minha orelha até a munição acabar. Depois disso, ouvi um zumbido em meus ouvidos”.
O cativeiro
Já no cativeiro como refém do Hamas, Jimmy disse que as condições eram extremamente precárias. Ele e outros, dentre os 240 reféns, ficaram cerca de 40 metros abaixo do solo, precisando racionar comida e água.
“Quando precisei defecar, me deram um pedaço de papel higiênico. Não usei. Escondi no bolso para comê-lo. Para mim era comida. Eu pegava o papel higiênico e passava nas paredes úmidas”, disse Jimmy. “Quando o papel ficou molhado o suficiente, eu comi. Encheu meu estômago vazio e também saciou minha sede”.
Segundo o filipino, a sua fé em Deus e o desejo de reencontrar seus filhos e esposa lhe mantiveram firme. Ele clamou ao Senhor por ajuda e forças para suportar todas as condições precárias do cativeiro, mesmo que ficasse como refém por vários anos.
“Tive forças para comer papel higiênico porque precisava sobreviver para meus filhos. Implorei a Deus. Orei: ‘Por favor, me deixe viver. Mesmo que eu fique aqui por 10 anos’”, lembrou.
Agora em liberdade Jimmy só tem a agradecer a Deus por estar vivo, e não pensa em deixar Israel, mesmo com o país em guerra contra os terroristas do Hamas. “Minha força veio do Senhor”, disse ele, segundo a CBN News.
“Agora estou mais maduro e mais forte em muitos aspectos. Quero ficar aqui e continuar trabalhando, mesmo depois do que fizeram comigo. Quero sustentar minha família, porque não quero que meus filhos passem pelas dificuldades que passei quando era criança”, conclui.