Apesar de não estar tendo grande visibilidade nos meios tradicionais de comunicação, há semanas agricultores vêm realizando uma série de protestos na Europa, algo que já envolve 11 países e está acendendo um sinal de alerta no mundo.
Os protestos ocorrem por diferentes motivos, mas o principal diz respeito às novas regras de produção impostas pelos governos. Os agricultores reclamam de altos impostos e metas de redução de emissões de gases, como o metano, que impactam diretamente a capacidade de sustentação dos produtores.
“Na Alemanha, o foco era no diesel, começando então a tributar o diesel para tratores. Nos Países Baixos, o problema específico era sobre a tributação do nitrogênio, que afeta a produção industrial de suínos e galinhas”, explica Renaud Foucart, professor sênior de economia na Universidade de Lancaster, na Inglaterra.
“A Polônia é um caso muito interessante porque tem estado na vanguarda do apoio militar à Ucrânia, mas ao mesmo tempo os agricultores polacos estão muito irritados e bloqueiam a fronteira para garantir que os grãos ucranianos não cheguem à Polônia”, completou, segundo a CNN.
Risco para o mundo
Os protestos dos agricultores europeus chamam atenção não só por causa das pautas contra o radicalismo da agenda climática, mas também pelo risco de que a paralização da produção agrícola nesses países resulte em falta de alimento no mundo.
Os produtores sabem disso e, exatamente por isso, estão paralisando as atividades, bloqueando ruas e fazendo um “cerco” a cidades como Paris, a fim de chamar atenção para suas causas, e isso com o apoio de boa parte da população.
Não por acaso, segundo a Agência Brasil, nos protestos é possível ver muitos deles segurando cartazes com frases como “sem agricultores não há comida”, indicando que a iniciativa visa, realmente, mostrar ao mundo que sem um consenso entre os produtores e os promotores da agenda climática, o mundo inteiro poderá ser afetado bem antes do que alguns imaginam.