A defesa da legalização do aborto, encampada por movimentos feministas e adeptos de ideologia política de esquerda, dificilmente leva em conta as consequências psicológicas que a mulher enfrenta após o procedimento. Recentemente, a cantora Solange Almeida, vocalista da banda Aviões do Forró, revelou o grande arrependimento que sente por ter interrompido uma gravidez na adolescência.
Solange participou do Programa da Eliana, no SBT, no último domingo, 29 de maio, e revelou que aos 17 anos de idade engravidou e, como não planejava ser mãe àquela altura, resolveu abortar: “Eu tinha mais ou menos uns 17 anos e descobri que estava grávida. Aí eu pensei: ‘O que eu faço?’ E no calor da idade, eu fiz um aborto. Foi uma das piores coisas que eu fiz na minha vida, mas eu tenho certeza que Deus me perdoou”, afirmou.
A vocalista atualmente é mãe de três filhos biológicos e uma filha adotada, e até a entrevista concedida a Eliana, o aborto que ela fez era um assunto restrito a amigos e familiares muito próximos: “Poucas pessoas sabem disso, os meus filhos sabem, e esse foi um dos motivos que me levaram a adotar Sabrina. Eu tinha essa dívida, me arrependo [de ter abortado] até hoje. Eu não tive o privilégio de carregar Sabrina, mas vivi tudo”, disse.
O trauma vivido por Solange perdurou por tantos anos, que a certa altura ela quis tirar a própria vida, mas a mensagem da música “Recomeçar”, interpretada por Aline Barros, trouxe paz ao seu coração: “Tem uma música da Aline que me lembra uma época crucial da minha vida, que eu tentei até o suicídio. Eu estava em uma rua, e quando eu vi o ônibus eu pensei: ‘É agora!’. Quando eu fui, na época, o meu companheiro se jogou para que o ônibus não me atingisse”, relatou.
Abortos
Segundo informações do portal Uol, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 25% das gestações em todo o mundo sejam interrompidas por procedimentos de aborto. Os dados foram obtidos em uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto ‘Guttmacher’, e o levantamento estimou que são praticados 56 milhões de abortos anualmente, um número superior aos 50 milhões realizados, na média, entre os anos de 1990 a 1994, quando outro levantamento similar foi realizado.
O aumento se deve, de acordo com os pesquisadores, ao crescimento do número de procedimentos em países em desenvolvimento, como o Brasil e seus vizinhos na América Latina. Nos países já desenvolvidos, o número de abortos para cada mil mulheres em idade de reprodução caiu de 24 para 14.
“Muitas vezes, o aborto é visto e vendido como a única solução para as mães, que são incentivadas a exibir uma gravidez não planejada como ‘um problema que precisa ser resolvido’. Mas devemos nos certificar que as mães estão plenamente conscientes que há diferentes opções lá fora, além do aborto”, pontuou Nola Leach, presidente da organização CARE.
A própria OMS defende a prevenção à gravidez como melhor forma de evitar uma gestação indesejada: “Investir em métodos contraceptivos modernos seria muito menos oneroso para as mulheres e para a sociedade do que ter gestações indesejadas e abortos inseguros”, comentou a doutora Bela Ganatra, representante da entidade.