Três filhos de Flordelis envolvidos no assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, serão julgados nesta terça-feira, 12 de abril. O julgamento da ex-deputada ocorrerá no dia 09 de maio.
A juíza responsável pelo caso decidiu desmembrar o caso por conta do alto número de réus no processo. O júri popular decidirá se os três filhos, Adriano dos Santos Rodrigues (filho biológico), André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva (filhos afetivos), são culpados.
Carlos Ubiraci atuava como pastor na igreja fundada por Flordelis. Além dos três filhos, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa, Andrea Santos Maia, também serão submetidos ao júri na sessão desta terça.
O julgamento será presidido pela juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Os crimes que serão julgados pelo júri popular são homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso, associação criminosa armada e falsidade ideológica, de acordo com informações do portal G1.
Outros dois filhos da ex-deputada, Flávio dos Santos Rodrigues (biológico) e Lucas Cézar dos Santos de Souza (afetivo) foram julgados em novembro do ano passado e condenados, respectivamente, a 33 anos e 2 meses de prisão e 7 anos e seis meses.
Flávio, responsabilizado por efetuar os disparos contra Anderson, foi condenado por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma, uso de documento ilegal e associação criminosa armada.
Lucas, apontado por comprar a arma do crime, foi condenado a sete anos e meio por homicídio triplamente qualificado e recebeu uma pena reduzida por ter colaborado com as investigações.
Flordelis
A ex-deputada federal Flordelis – eleita para o primeiro mandato em 2018 com quase 200 mil votos – foi presa em agosto de 2021, 48 horas após ter tido seu mandato cassado. Ela sempre negou participação no crime, e gravou vídeo antes de ser levada pelos policiais reiterando a versão de inocência:
“Olá gente, chegou o dia que ninguém desejaria chegar. Estou indo presa por algo que eu não fiz, por algo que eu não pratiquei. Eu não sei para quê, mas estou indo com força e com a força de vocês. Orem por mim. Orem, orem. Uma corrente de oração na internet. Busquem a Deus, está bom? Um beijo, amo vocês”.
Flordelis ficou inelegível por oito anos, e se for condenada pela morte do marido, perde definitivamente o direito de se candidatar por conta da Lei da Ficha Limpa.
Sua defesa apelou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro numa tentativa de anular a decisão que estabeleceu o formato de júri popular para o julgamento dos réus.
O recurso especial foi apresentado ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, porém, em janeiro deste ano, o desembargador Marcus Basílio considerou que “para a modificação da conclusão a que chegou o Colegiado, conforme pretendem as recorrentes, seria necessário o reexame dos fatos e provas produzidos no processo, o que não é permitido às instâncias superiores, que atuam apreciando apenas questões de direito infraconstitucional e/ou constitucional”.