Em mais um dia de violência, militantes executaram hoje (22) 23 iraquianos membros de uma seita religiosa no norte do Iraque. No restante do país, pelo menos 38 pessoas morreram em vários atentados.
Em Mossul, militantes interceptaram um ônibus que levava trabalhadores cristão e da seita yazidi, de origem curda, para a cidade de Bashika. De acordo com testemunhas, os militantes exigiram os documentos de identificação de cada passageiro e libertaram apenas os cristãos. Os yazidis foram levados para um beco na cidade, onde foram executados.
Segundo o porta-voz da polícia local Abdul-Karim Khalaf, o ataque seria uma retaliação à morte de uma jovem yazidi que havia se convertido ao islamismo após ter se apaixonado por um muçulmano. A jovem foi forçada por sua família a voltar para a cidade, onde foi apedrejada até a morte. Sites iraquianos exibiram as imagens da morte da jovem.
Mustafa Ali Mustafa, que afirmou estar no ônibus no momento do seqüestro, relatou que um dos militantes disse “Deus que os amaldiçoe. Não é de sua conta se uma mulher decide se converter para o Islã”. Após as mortes de hoje (22), centenas de yazidis saíram às ruas de Bashika para protestar. Cerca de 80% dos habitantes da cidade pertencem à seita. Outros 15% são cristãos e os 5% restantes são muçulmanos.
Na capital iraquiana, 18 pessoas morreram em um atentado contra uma delegacia policial. De acordo com as autoridades, um carro-bomba atravessou as barreiras de segurança e explodiu ao lado do prédio. Momentos depois, um segundo carro-bomba explodiu no local. Mais de 80 pessoas ficaram feridas nos atentados. A força da explosão danificou prédios vizinhos. Também na capital, dois soldados americanos morreram e três ficaram feridos em dois ataques separados.
Em Falluja, o presidente do Conselho Municipal foi morto neste domingo (22) por militantes. Este é o 4º chefe do conselho morto em um ano na cidade. No resto do país, outros atentados mataram pelo menos 20 iraquianos.
Apesar da violência, o comandante das tropas americanas no Iraque, o general David Petraeus afirmou em declarações publicadas hoje (22) pelo jornal The Washington Post, que o aumento de tropas no Iraque já resultou em “um avanço modesto”. Na sexta-feira, o general e outros militares americanos sobrevoaram Bagdá de helicóptero para ver os resultados do plano de segurança dos EUA. “Em um dia ruim, eu vôo sobre Bagdá apenas para ter certeza que a vida continua”, disse Petraeus ao jornal.
O comandante comemorou os avanços feitos em alguns bairros problemáticos da cidade: “Certamente conseguimos recuperar locais que estavam à beira do abismo”. Até agora, apenas 60% dos 30 mil soldados adicionais que os EUA pretendem enviar para Bagdá já estão na capital. De acordo com Petraeus, as primeiras tropas ainda estão tentando estabilizar a capital para que novos postos de segurança comecem a funcionar.
Fonte: Bem Paraná