As expressões de fé em comemorações de gols no Campeonato Brasileiro chegaram a 27,3% nas dez primeiras rodadas, de acordo com um levantamento que levou em consideração apenas os jogos da Série A em 2016.
Dos 249 gols marcados, em 68 deles o jogador que anotou o tento fez alguma referência religiosa, como erguer as mãos para os céus, ajoelhar-se ou fazer o sinal da cruz, este último um particular dos atletas católicos.
O portal Band fez um levantamento nas comemorações dos gols dessa edição do Campeonato Brasileiro, e constatou que os gestos românticos estão em baixa. Apenas sete jogadores fizeram “coraçõezinhos” com as mãos ou beijaram o dedo anelar da mão esquerda, numa referência à aliança de casamento.
As comemorações religiosas durante os jogos vêm crescendo em uma era que a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) vem intensificando sua aversão às expressões de fé, tentando proibi-las sob o argumento de que a religião motiva muitos conflitos ao redor do mundo.
Essa postura foi adotada durante a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, quando a entidade máxima do futebol enviou normas às federações nacionais instruindo que os atletas evitassem gestos de fé durante as partidas.
A postura da FIFA é tão inflexível que a entidade chegou a editar um vídeo em que o atacante Neymar aparece em uma comemoração de título da Liga dos Campeões com uma faixa branca escrita “100% Jesus”, apagando a menção ao nazareno no material exibido em sua festa de premiação aos melhores de 2015.
Curiosamente, a censura da FIFA de nada serviu, pois o brasileiro Wendell Lira, vencedor do Prêmio Puskas pelo gol mais bonito de 2015, falou abertamente sobre sua gratidão a Deus e ainda citou a passagem bíblica sobre a derrubada do gigante Golias por Davi.