A Igreja Maná, com centenas de milhares de fiéis em Angola, viu a sua atividade proibida no país por violar a lei e a ordem pública, segundo um decreto-lei publicado em Diário da República (DR).
Com cerca de 600 mil fiéis em Angola e mais de 500 casas e templos em nove províncias, a Igreja Maná, de origem portuguesa, criada em 1984, em Lisboa, pelo 'Apóstolo' Jorge Tadeu, viu anulado o seu reconhecimento pelo governo angolano através do decreto Lei 14/92 no DR nº15, 1ª série, de 25 de Janeiro.
O Diário da República sustenta a decisão de revogação do reconhecimento oficial da Igreja Maná com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça onde foram detectadas 'violações sistemáticas' da lei angolana e da ordem pública.
Uma das polêmicas em que a Igreja Maná esteve envolvida foi espoletada em Maio de 2007, quando o Bispo José Luís Gambôa foi suspenso por alegado desvio de fundos que teriam sido doados pela petrolífera Sonangol, com o objetivo de construir uma escola.
No entanto, o Bispo Joaquim Muanda, que substituiu José Luís Gambôa na liderança Maná em Angola, disse publicamente que não havia provas de que esse dinheiro fosse fruto de uma doação da Sonangol, onde o seu antecessor trabalhava.
No entanto, o próprio ex-Bispo Gamboa confirmou na imprensa angolana da altura que a verba em causa, cerca de um milhão de dólares, estava na sua conta bancária pessoal, tendo-o retirado da conta da Igreja. A justificação para o que fez, segundo o próprio, era impedir que o dinheiro fosse transferido para Portugal, alegando que deveria ser gasto em Angola, onde foi angariado.
Todos os telefones de dirigentes da Igreja Maná para onde a Agência Lusa ligou hoje estavam desligados. Entretanto, alguns fiéis da Igreja fundada por Jorge Tadeu contactados pela Lusa em Luanda confirmaram que todos os cultos que estavam previstos para a passada sexta-feira, dia de publicação do decreto-lei, foram anulados e os templos encerrados.
Fonte: Elnet