Na República Islâmica do Irã, ser um cristão convertido não é algo para quem não está disposto a enfrentar falsas acusações, perseguições e até a pena de morte. Os cristãos Ramin Hassanpour, sua esposa Saeede e Sakine (Mehri) Behjati conhecem bem essa realidade, já que estão sendo vítimas disso.
Eles estão sendo acusados de “agir contra a segurança nacional” por simplesmente “divulgar o cristianismo sionista”, visto pelas autoridades de Teerã como uma espécie de preparação para a restauração nacional judaica.
Como resultado, os cristãos receberam penas de 2 a 5 anos de prisão. “As autoridades islâmicas em Teerã vinculam intimamente a fé em Jesus como o Messias com a esperança judaica de restauração nacional”, explica o Israel Today ao comentar o caso, segundo informações do Article 18.
Ocupando a 9ª posição na lista mundial de perseguição religiosa da organização Portas Abertas, o Irã tem avançado no sentido de reprimir cada vez mais a liberdade dos cristãos no país, especialmente a dos convertidos do islamismo.
Além da própria intolerância religiosa devido ao radicalismo da teologia islâmica, as autoridades do país também enxergam a pregação do cristianismo como uma influência política e cultural do Ocidente, por isso considerada uma “ameaça” ao governo teocrático.
“O governo vê o crescimento da igreja no Irã como uma tentativa dos países ocidentais de minar o domínio islâmico no país”, explica a Portas Abertas, destacando alguns dos motivos pelos quais o país está entre os dez primeiros da sua lista atualizada anualmente.
“Igrejas domésticas formadas de cristãos ex-muçulmanos são muitas vezes invadidas, e tanto líderes quanto membros são presos, acusados e recebem longas sentenças de prisão por ‘crimes contra a segurança nacional'”, comunica a entidade.
Os três cristãos condenados à prisão já recorreram à Suprema Corte do Irã, pedindo um novo julgamento sobre as acusações das quais são vítimas, mas também já tiveram os seus pedidos rejeitados.