O pastor e professor Franklin Ferreira publicou artigo em que expõe a “celebração da morte” entre os que defendem a prática do aborto, principalmente entre os entusiastas da ideologia de esquerda, e resgatou princípios presentes nas Escrituras contra essa cultura covarde.
No texto, Ferreira lembrou que as recentes mudanças nas legislações de países como Irlanda, Argentina e Colômbia “foram efusivamente celebradas por esquerdistas no Twitter”, o que evidencia a “celebração da morte” identificada pelo autor.
“Ganhou notoriedade o fato de a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) ter comemorado a aprovação do aborto na Colômbia para depois, mais tarde, apagar o comentário. Em sua publicação, a comunista afirmou que o aborto é ‘um tema de saúde pública’ e classificou a decisão como ‘histórica!’”, criticou o pastor.
Contextualizando o cenário legal no Brasil, Ferreira frisa que o “aborto só pode ser realizado em três situações: a gravidez é resultado de estupro; para salvar a vida da mulher; e quando é gravidez de feto anencéfalo”.
Já no contexto social, o pastor lembrou que “o bilionário George Soros investiu cerca de US$ 32 milhões no Brasil entre os anos de 2016 e 2019, sobretudo para entidades ligadas a pautas de esquerda, tais como a liberação de drogas, o desarmamento da população e a legalização do aborto”.
Rejeição
Embora o tema seja abraçado por influenciadores e políticos de esquerda como se fosse um passo indispensável para a sociedade, a realidade é que os brasileiros são amplamente contrários ao aborto: pesquisa da empresa Paraná Pesquisa, em janeiro de 2021, apontou que 79% é contrário ao aborto.
Esse dado foi apresentado por Ferreira em seu artigo para explicar o motivo de os abortistas usarem “eufemismos como ‘saúde da mulher’, ‘saúde sexual e reprodutiva’, ‘direitos sexuais e reprodutivos das mulheres’”, entre outros.
“Aqueles que defendem o aborto não estão preocupados com as vidas não-nascidas que estão sendo assassinadas num holocausto macabro, nem com a saúde física e psicológica das mulheres que abortam”, acusou.
Malignidade
Ferreira não titubeia ao associar a defesa do aborto à uma ação maligna: “Como o clérigo batista John Piper afirmou, ‘satanás particularmente vai atrás de bebês. Ele o fez nos dias de Moisés, ele o fez nos dias de Jesus’. E satanás continua agindo na atualidade contra os bebês”.
“Logo, como os cristãos podem votar ou apoiar candidatos e partidos que defendem o aborto – que é, na verdade, a celebração da morte?”, questionou o autor, acrescentando que “a Escritura Sagrada ensina que a vida começa na concepção e deve ser respeitada”.
O pastor pontua ainda que a Bíblia Sagrada “também reconhece a fase pré-natal da vida como sendo uma criança e não como um produto alternativo na concepção. E não há distinção no valor da vida da criança nascida e da não nascida. Em suma, toda a vida é valiosa e intocável para Deus – pois somente Deus, o autor da vida, possui o direito de decidir quem vive e quem morre”.
“Assim, o único Deus deu a Israel uma lei que regulava a vida da criança até antes de nascer: ‘Se homens brigarem e ferirem uma mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas, se houver dano grave, então o castigo será vida por vida’ (Êxodo 21.22-23). Em síntese, o aborto seria uma quebra do mandamento ‘não assassinarás’ (Êxodo 20.13; Deuteronômio 5.17)”, referenciou.
O futuro
O pastor observou que o entendimento de que o aborto é um crime contra a vida perdura há milênios, e citou o luterano Dietrich Bonhoeffer, que escreveu no século 20 que “o teste de moralidade de uma sociedade é o que ela faz com suas crianças”.
“[Bonhoeffer] asseverou: ‘O extermínio do fruto no ventre materno é atentado ao direito de vida conferido por Deus à vida em formação. A discussão da pergunta se aqui já se trata de um ser humano só leva confusão ao simples fato de que Deus, em todo caso, quis criar um ser humano aqui e que desse ser humano em formação se tirou a vida deliberadamente. Ora, isso outra coisa não é do que assassinato’”, citou.
Em sua conclusão, Ferreira chamou os servos de Cristo à ação: “Ao mesmo tempo que cristãos podem fundar organizações em defesa da vida, expressar suas opiniões às autoridades para influenciar a opinião daqueles investidos de funções públicas, podem aconselhar aos que estão às voltas com uma gravidez indesejável sobre a alternativa da adoção”.
“Mas, sobretudo, diante da cultura da morte que vai engolfando e predando o Ocidente, os cristãos devem orar para que Deus tenha misericórdia de seu povo, batizado no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e o reavive; pois somente uma igreja verdadeiramente cristã pode reintroduzir marcos civilizatórios em nossa época, inclusive a celebração da vida – nunca da morte”, encerrou, no artigo publicado pelo jornal Gazeta do Povo.