Após muita expectativa finalmente a gravação do próximo CD Diante do Trono já tem data e lugar para acontecer: dia 25 de julho, às 19h, na Praça da Estação, em Belo Horizonte. Depois de oito anos sem gravar em casa um CD da série que deu nome ao ministério mineiro, o grupo retorna às origens.
A ideia inicial era gravar em Manaus, porém as dificuldades encontradas foram muitas e a liderança acabou optando por mudar de cidade. Confira nessa entrevista exclusiva com Ana Paula Valadão o caminho que levou o DT a essa mudança e as impressões pessoais da líder do Ministério.
1- No início do ano, durante uma ministração em Manaus, você manifestou a intenção de gravar o próximo projeto Diante do Trono ali. De onde veio esse desejo e por que Manaus?
Ana Paula Valadão: Desde o ano passado eu já orava sobre como e onde seria a próxima gravação. Depois de um tempo comecei a ter uma impressão de que deveríamos ir a Manaus. Vários acontecimentos chamaram a atenção do meu coração para o Amazonas. Um deles foi uma matéria que li sobre a Festa do Boi e entendo que um dos propósitos do Senhor para nós é profetizarmos nesses locais onde acontecem as festas do Brasil, celebrando Cristo, declarando que só Ele reina e é digno de ser adorado. Outro fato que chamou minha atenção foi o contato com missões na Amazônia e a necessidade de despertar a Igreja para esse campo dentro de nossas fronteiras. Quando orava por Manaus percebi também um sentido profético para a nação toda. O encontro das águas, como é chamado o encontro dos rios Negro e Solimões, ministrou ao meu coração sobre unidade. Dois rios caudalosos, ricos, tão diferentes, correndo lado a lado por quilômetros. Aos poucos as águas se misturam, formando o grande Amazonas. Creio que Deus tem uma unção para derramar sobre todo o país a partir de Manaus, trazendo cura para a Igreja em suas divisões e conflitos. Podemos ser diferentes, mas se de coração amarmos uns aos outros e deixarmos nossas “águas” se misturarem, veremos o maior Rio fluindo em nós e através de nós.
Baseados nesses propósitos trabalhamos para gravar em Manaus. Porém, assim como em um sonho que tive ainda no ano passado, em que estávamos dentro de um rio muito turvo e turbulento, a ponto de quase nos afogarmos, as dificuldades foram muitas e não temos mais tempo hábil para prepararmos um evento tão grande ali. Apesar de ser difícil aceitar isso, a paz de que Deus está no controle, nos guiando, enche nossos corações.
2- Quais foram as dificuldades encontradas ao longo do caminho?
Ana Paula Valadão: Durantes os 10 anos passados produzimos nossas gravações sem a ajuda de nenhum parceiro financeiro. Investimos acreditando que cada ajuntamento era ordem do Senhor, e que o propósito ia além de gravar músicas ou DVDs, mas tinha a ver com mobilizar, unir, gerar intercessão, clamor e arrependimento em favor de cada lugar para onde o Senhor nos direcionava (e os testemunhos de cada ajuntamento são maravilhosos!). Se fôssemos pensar em termos de lucro, jamais faríamos produções tão grandes, de entrada franca, que demandaram uma infra-estrutura enorme, toda por nossa conta. Até recuperarmos o investimento feito tínhamos que vender muitos CDs. Mas continuamos obedecendo ao que cremos que foi a vontade do Senhor durante aquele tempo. Com a queda radical do número de vendas, devido principalmente à pirataria, passamos a ter que diminuir nosso investimento nas produções. Ano passado, no Recife, tivemos que cobrar ingresso e Deus levantou um parceiro, o dono da casa de shows onde gravamos, para dividir conosco os custos de produção. No DVD dos 10 anos também experimentamos a provisão sobrenatural de Deus, em que um homem não crente quis patrocinar a gravação e nos deu o que há de melhor. Nossos gastos foram mínimos e pudemos investir na produção do nosso documentário. Desta vez, em Manaus, buscamos parceiros financeiros, mas não alcançamos. Os custos simplesmente para transportar o grupo e equipamentos são enormes. Fizemos muitos contatos e agradecemos a Deus pelas pessoas que se levantaram e tentaram nos ajudar. Mas, depois de meses batendo em portas cerradas, preferimos crer que quando Deus abre a porta ninguém pode fechar, e o contrário também é verdade, ou seja: quando Deus fecha a porta, ninguém pode abrir.
3- Recentemente foi divulgada uma carta assinada por você contando sobre o desfecho e a mudança do local. Você acredita que essa seria uma derrota diante das afrontas?
Ana Paula Valadão: Em cada gravação enfrentamos muitas dificuldades. Daria para escrevermos um livro contando histórias de cada ano, dos milagres e provisões que recebemos de Deus. Mas quando penso em afrontas do inimigo eu me lembro muito da gravação do DT 10, no Rio de Janeiro. Afinal, mesmo com recursos e todas as autorizações, éramos “jogados” de um lado para o outro, e até uma semana antes da data não sabíamos onde iríamos gravar. Mas, o impulso do Espírito Santo em nós era para prosseguirmos, não desistirmos, não retrocedermos. Desta vez a impressão foi outra. Lutamos até nossas forças se esgotarem, até não podermos mais prosseguir, para assim termos a certeza de que fizemos a nossa parte. Mas quando chegamos ao ponto de decisão, tivemos a paz de não lutar mais. Por isso não vejo como uma derrota. Retroceder nem sempre significa perder, se assim formos guiados por Deus. Cremos que há um propósito para esta gravação acontecer em outro lugar, e em breve saberemos as respostas. Quanto aos propósitos em Manaus, ainda estamos planejando ir até lá e orarmos pelo país no local do encontro das águas. Vamos também fazer um documentário de missões entre os índios e ribeirinhos no Amazonas. E quanto à festa do Boi, cremos que as vezes em que estivemos no Sambódromo, mesmo sem terem sido gravadas ou com grandes estruturas, foram oportunidades que tivemos de profetizar e celebrar intensamente ao Rei Jesus. E se o Senhor quiser, um dia ainda iremos registrar uma grande festa ao nosso Deus ali.
4- A mensagem do Diante do Trono 12 seria sobre o Encontro das Águas, baseada no encontro dos rios Negro e Solimões. Com a mudança da cidade a mensagem central do CD mudará?
Ana Paula Valadão: Desde o início, quando comecei a compor as canções, o que veio ao meu coração foi escrever músicas para um culto a Deus. Ou seja, canções que pudessem ser cantadas em uma reunião na Igreja, para diversas ocasiões. Temos canções de renovo, de celebração, de vitória, de agradecimento, de arrependimento, de entrega e submissão, de adoração, de missões e de unidade. Portanto, penso que o título do CD não será mais Encontro das Águas, como seria em Manaus, mas vamos manter a música no repertório e teremos um momento de intercessão em favor da unidade da Igreja no Brasil e no mundo. Mas ainda não sei qual será o novo título. Assim que souber, divulgarei.
5- A nova banda do CTMDT tem participado bastante das atividades do ministério. Eles terão alguma participação na gravação?
Ana Paula Valadão: Com certeza! Uma das minhas convicções é a de que devo sempre treinar e levantar outras pessoas. Fiz isso durante todos esses anos até aqui e tenho procurado ser sensível àqueles que Deus coloca em meu caminho, para que eu possa ser uma plataforma que levante outros. O CTMDT é um lugar riquíssimo em dons e talentos e a cada ano me alegro em conviver com uma nova geração de adoradores. Nem todos terão a oportunidade que esses jovens que convidamos para gravar este ano estão tendo, mas essa geração maravilhosa estará sendo representada pela Ana Paula Nóbrega, pela Roberta e pelo Israel, além do Juninho tecladista, do Jarley guitarrista e do Vinícius tecladista, sendo que estes últimos dois já integram o DT oficialmente.
6- O que você diria às pessoas que têm orado pela gravação?
Ana Paula Valadão: Obrigada a cada um que ora para que a vontade do Pai seja feita em nós e através do nosso ministério. Podemos sentir o carinho nas palavras e nas manifestações daqueles que nos procuram, nos dando seu apoio nesta hora de decisão. Que também possamos nos alegrar juntos quando chegarmos ao final de mais uma missão que o Senhor nos dá, pela Sua graça.
Fonte: Diante do Trono / Gospel+
Via: Lagoinha