A República Federal da Somália, país localizado na África, está entre os três maiores perseguidores de cristãos do mundo, segundo a organização internacional Portas Abertas. Não por acaso, apenas no último dia 28 (2019), um ataque terrorista provocou a morte de 92 pessoas, entre elas vários cristãos.
Os terroristas utilizaram como arma um carro-bomba que explodiu no posto de controle em Mogadíscio, na conexão entre a capital da Somália e a cidade de Afgooye. Além dos mortos, outras 128 pessoas ficaram feridas, segundo informações da Agência Efe repassadas por Nasra Ali, médico do Hospital Medina.
O grupo responsável pelo ataque foi o Al Shabab, uma variante de radicais islâmicos que lutam para impor a sharia (legislação muçulmana) no país. Em 2011 outro ataque de um homem-bomba resultou na morte de 100 pessoas. O último atentado, por sua vez, é o terceiro mais fatal da história de Mogadíscio.
“Nossa ambulância chegou logo. Encontramos corpos espalhados e pessoas feridas. Alguns dos corpos tinham sido queimados vivos”, relatou Abshir Mohamed Amina, um dos médicos do serviço de emergência, segundo a Exame.
Os serviços de emergência relataram que por falta de bolsas de sangue, muitas pessoas terminaram morrendo. Foi feito um apelo para que doadores se apresentassem nos principais hospitais da região, como o Erdogan, Medina e a clínica Kalkaal.
“Foi pedido para que outros pacientes, parentes e até mesmo médicos, enfermeiras e profissionais do hospital doem sangue urgentemente para ajudar as vítimas. A situação é ruim”, comentou Yahye Ismail, uma das médicas responsáveis pelo socorro na ocasião.
Cristãos na Somália
A organização de vigilância contra a perseguição religiosa, Portas Abertas, classifica a Somália como um dos países mais inseguros para os seguidores de Jesus, especialmente os que foram convertidos do islamismo.
“A Somália é conhecida por ser hostil aos cristãos. Não é por acaso que o país ocupa, novamente, a 3ª posição na Lista Mundial da Perseguição”, disse a organização em um comunicado, se referindo ainda à lista de 2019. Em 2020 uma nova publicação ainda será feita.
“A perseguição é particularmente severa para cristãos ex-muçulmanos – eles podem chegar a ser decapitados se forem descobertos”, diz a entidade. “Com uma população muçulmana de 99,9%, líderes religiosos islâmicos afirmam publicamente que não há lugar para cristãos no país”.