O escritor e biólogo Richard Dawkins, tido por muitos ateus como uma espécie de liderança, declarou mais uma vez que a religião é benéfica para a sociedade, e que Deus age como bússola moral para muitas pessoas tendenciosas a fazer o mal.
Promovendo seu novo livro, Outgrowing God (“superando Deus”, em tradução livre), Richard Dawkins declarou que acabar com a religião seria uma má ideia porque isso significaria “dar às pessoas uma licença para fazer coisas realmente ruins”.
“As pessoas podem se sentir livres para fazer coisas ruins porque sentem que Deus não está mais as observando”, acrescentou o homem considerado o ateu mais famoso do mundo.
De acordo com informações do portal Christian Headlines, Dawkins ilustrou seu raciocínio dizendo que da mesma forma como as câmeras de segurança impedem o furto, as pessoas podem se sentir livres para cometer crimes sem uma “câmera divina de espionagem no céu lendo todos os seus pensamentos”.
Sua declaração aos jornais The Times e Sunday Times foi feita no contexto de um estudo feito pela professora Melissa Bateson, da Universidade de Newcastle. Ela organizou uma “caixa de honestidade” em uma sala de café da instituição para que as bebidas (café, chá ou leite) fossem pagas, e colocou uma lista de preços na parede.
Nas primeiras semanas, Melissa decorou o aviso com fotos de flores. Em outras semanas, ela colocou uma imagem de um par de olhos. As pessoas pagavam “quase três vezes mais por suas bebidas quando os olhos eram exibidos”, resumiu ela e seus colegas pesquisadores em um artigo sobre o estudo.
Dawkins discutiu esse estudo no livro que está lançando agora, em um dos capítulos, que é intitulado “Precisamos de Deus para sermos bons?”: “Irracional ou não, infelizmente, parece plausível que, se alguém acredita sinceramente que Deus está observando todos os seus movimentos, é mais provável que seja bom”, escreveu o autor ateu.
“Devo dizer que odeio essa ideia. Eu quero acreditar que os humanos são melhores que isso. Eu gostaria de acreditar que sou honesto, se alguém está assistindo ou não”, acrescentou.
Sua “teoria da câmera grande espiã”, acredita o líder ateu, não é “uma boa razão” para acreditar em Deus, mas ele se disse obrigado a admitir que essa ideia tem força suficiente para beneficiar o mundo: ”Isso pode reduzir a taxa de criminalidade”.
Resposta
A declaração do biólogo ateu foi comentada pelo líder evangélico norte-americano Ken Ham, fundador do ministério Answers in Genesis:
“Dawkins passou a vida lutando contra Deus (o Deus que ele nem acredita que existe) […] mas ele ainda reconhece que o ateísmo (a religião da visão de mundo de Richard Dawkins) não fornece a base para a moralidade necessária para impedir que as pessoas façam ‘coisas realmente ruins’. Sem um fundamento bíblico, vale tudo – quem deve dizer o que é certo ou errado? Não há fundamento final. Torna-se arbitrário; todo mundo faz o que é certo aos seus próprios olhos. De fato, Dawkins está admitindo que o ateísmo está totalmente falido moralmente”.
“A única maneira de termos um padrão final de moralidade é se Deus existe e a Bíblia é verdadeira”, acrescentou Ham. “Sem ela, a moralidade é simplesmente arbitrária. Dawkins finalmente sabe disso porque Deus escreveu sua lei no coração de Dawkins (Romanos 2:15), como ele tem em todo coração”, reiterou.
Para Ken Ham, há uma “razão muito mais importante para acreditar em Deus” do que diminuir a taxa de criminalidade: “Além de Cristo, estamos caminhando para uma eternidade sem Deus por causa do nosso pecado. Mas Jesus Cristo assumiu carne, morreu na cruz em nosso lugar e ressuscitou dos mortos. Se nos arrependermos e crermos em seu nome, receberemos o presente gratuito da vida eterna. Essa é a mensagem que Dawkins e todos os outros precisam acreditar e aceitar”, finalizou.