O caso do “atirador do cinema”, termo cunhado pela mídia internacional para se referir ao homem que abriu fogo contra uma plateia durante a exibição do filme “Batman – O Cavaleiro das trevas ressurge”, na cidade de Aurora – Colorado, nos Estados Unidos, foi comentado pela psicóloga Marisa Lobo em seu perfil no Twitter.
James Holmes, acusado da morte de 12 pessoas e de ferir outras 58 compareceu no Tribunal pela primeira vez na última segunda-feira, 23/07, ao lado da advogada de defesa, Tamara Brady, que foi designada pelo Estado para o caso, de acordo com informações do G1. A promotora pública que trabalha no caso afirmou que só decidirá pelo pedido de pena de morte após ouvir os familiares de todas as vítimas.
A defesa alega que Holmes é incapacitado mentalmente e que o ataque se deu por esse motivo. A psicóloga Marisa Lobo, em seu perfil no Twitter, afirmou que “uma pessoa pode permanecer num surto psicótico por muito tempo”, e que nesse caso, a violência em filmes e jogos de videogame podem ter inspirado o atirador do cinema.
-Filmes games violentos podem sim desencadear surtos psicóticos se essa pessoa se identificar com esse personagem e fazer dele seu objeto. O assassino do cinema nos EUA, é um caso clássico de loucura e violência estimulada por uma ficção, claro que ele já tinha uma ‘co-morbidade’. Filmes/Games podem desencadear surtos psicóticos. Não são a causa, mas em todos os casos como esse do cinema, sempre tinha a ficção envolvida – escreveu Marisa Lobo em seu perfil.
Segundo Marisa Lobo, a realidade fictícia de jogos de videogame podem levar a alterações de personalidade: “Tenho motivos suficiente para acreditar que os jogos violentos também aguçam mudanças de personalidade nas pessoas que se entregam por inteiro a isso. Um jovem apresenta agressividade por conta dos jogos, está na realidade, apresentando um sintoma de algo maior, insatisfação consigo e relacional. Os videogames, e filmes violentos podem estar formando uma geração de pessoas insensíveis ao sofrimento de humano e de animais em geral”.
Lobo afirma ainda que dependendo do nível de envolvimento do indivíduo com a ficção, a distinção entre real e fictício pode ficar comprometida: “Há pessoas que não distinguem o tênue limite entre a realidade virtual e violenta do videogame, ou do cinema, com a realidade objetiva, da realidade”.