A ação de um grupo de policiais terminou na morte de um homem nos Estados Unidos e a barbárie, filmada, percorreu todo o mundo, causando enorme comoção. A cena triste do asfixiamento de George Floyd, 46 anos, depois de ter sido imobilizado, motivou manifestações de pesar e repúdio por parte de lideranças cristãs.
A morte do negro George Floyd por policiais brancos vem sendo tratada como um dos flagrantes mais chocantes de uma situação de racismo, já que o homem algemado agonizou enquanto implorava por compaixão, dizendo que não conseguia respirar.
Tanto o policial que o asfixiou com o joelho sobre seu pescoço, quanto seus três colegas de patrulha foram demitidos da Polícia da cidade de Minneapolis, em Minnesota. O vídeo da morte de George Floyd circula nas diferentes plataformas causando forte comoção, e alimentando distúrbios sociais no estado.
De acordo com informações do portal The Christian Post, George Floyd trabalhava como segurança em um restaurante e foi abordado pela Polícia sob a alegação de que ele correspondia à descrição de um suspeito em um caso de falsificação em um supermercado. Supostamente, ele teria resistido à abordagem e voz de prisão.
As imagens registradas por testemunhas do crime mostram o homem no chão, mas não mostram o que teria acontecido antes de sua imobilização. O policial que pressionava seu joelho contra o pescoço do suspeito, ignorou seus pedidos por ajuda. “Por favor, por favor, por favor, não consigo respirar. Por favor, cara”, dizia ele, momentos antes de morrer.
“Meu estômago dói, meu pescoço dói, tudo dói… Não consigo respirar”, insistiu, antes de chamar por sua mãe. Em tom de deboche, um dos policiais responde às testemunhas que expressam preocupação com a situação do homem imobilizado: “Ele está falando, então está respirando”.
Pouco depois, George Floyd para de falar e fica imóvel, e nem assim o policial tira o joelho de cima de seu pescoço. Quando os paramédicos chegam para atender a ocorrência, ele é levado em uma maca, mas provavelmente já sem vida.
Reação
O presidente Donald Trump cobrou que o caso seja investigado a fundo e pediu que instituições federais se encarreguem de esclarecer o episódio: “Ao meu pedido, o FBI e o Departamento de Justiça já estão dentro da investigação para essa triste e trágica morte em Minnesota de George Floyd. Eu solicitei que a investigação fosse acelerada e tenho grande apreço pelo trabalho feito pela polícia local”, escreveu no Twitter, acrescentando que a “justiça será feita”.
O pastor John Bevere comentou o caso falando de sua admiração pelos bons policiais, mas cobrou que o episódio seja tratado pelas autoridades de Minnesota como “homicídio culposo” e “assassinato”: “Todos devemos lembrar, não importa qual a cor da nossa pele ou nossa origem étnica, somos seres humanos criados à imagem de Deus. Ele ama cada um de nós tão profundamente que deu a Jesus Cristo, seu único filho, para morrer por nós, para que pudéssemos ser libertos de todo tipo de comportamento destrutivo”, disse o pastor.
“Não há parcialidade com Deus, e devemos tratar os seres humanos sem qualquer parcialidade”, reiterou.
A pastora Sheryl Brady, da Potter’s House Church em Dallas, no Texas, afirmou que esta é uma oportunidade para os cristãos se manifestarem contra a injustiça: “Eu estou assustada com isso. Estou cansada disso, isso precisa mudar e acho que todos precisamos falar. O que vimos foi a vida desse homem, que estava deitado no chão, sendo espremida por um policial que colocou o joelho no pescoço de alguém que pedia misericórdia”, lamentou.
A evangelista Christine Caine comentou que após assistir o vídeo da morte de George Floyd, ela está reavaliando suas perspectivas sobre a realidade da sociedade norte-americana: “Eu costumava ver vídeos como esse e pensava comigo mesmo: ‘Vamos esperar que todos os detalhes sejam divulgados’. Agora, depois de ver muitos vídeos como esse, estou começando a me perguntar se minha resposta deveria ter sido: ‘Talvez eu deva tentar entender a dor deles’. Às vezes podemos ficar tão cegos com a nossa experiência e realidade que invalidamos a de outra pessoa. Hoje, nossos irmãos negros estão passando por outro trauma que lhes comunica que suas vidas não têm valor”, concluiu a evangelista.