A Justiça decretou a prisão temporária de um bispo e quatro padres acusados de desviarem dinheiro de ofertas e dízimos de fiéis da Diocese de Formosa (GO), cidade localizada a 80 Km de Brasília. Eles foram detidos na casa paroquial na última segunda-feira, 19 de março.
Chamada de Operação Caifás, a força-tarefa contou com uma investigação através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. O promotor Douglas Chegury afirma que os sacerdotes católicos compraram uma casa lotérica e uma fazenda de criação de gado com o dinheiro desviado. Durante a revista, foi encontrada uma grande quantidade de dinheiro em um fundo falso de um guarda-roupas.
O bispo de Formosa, dom José Ronaldo, já havia sido denunciado pelos mesmos crimes quando atuava em Minas Gerais, segundo informações do portal G1. O Ministério Público, responsável pela denúncia, estima que os cinco sacerdotes tenham dado prejuízo superior a R$ 2 milhões aos cofres da Igreja Católica.
“O bispo enfrentou esse mesmo tipo de problema e resistência lá na Diocese de Janaúba (MG). Então ele veio transferido de lá para cá e aqui ele implementou um esquema semelhante ao que ele operava lá”, declarou o promotor Chegury.
O juiz Fernando Oliveira Samuel pontuou, na decisão que resultou na prisão dos sacerdotes, que há indícios de que o dinheiro era usado para bancar despesas pessoais e que carros da Diocese de Formosa – responsável por gerir as paróquias do Nordeste goiano – eram usados com fins particulares.
“[Apuração aponta que as verbas arrecadadas] estão sendo sistematicamente desviados por ordem de José Ronaldo e igualmente aprovados em favor dos demais clérigos, chegando ao ponto na participação efetiva em atividades econômicas (pelo menos, atividade de pecuária e de exploração de casa lotérica). Além disso, é possível que veículos adquiridos pela diocese estejam sendo destinados para uso particular do padre Moacyr na cidade de Posse”, declarou o juiz.
Oliveira Samuel ressaltou que os padres forjavam informações para que as contas das igrejas de Posse, Formosa e Planaltina fossem ajustadas.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse em nota enviada à TV Anhanguera que está buscando maiores informações sobre a denúncia.