Ao longo da campanha que o elegeu presidente da República, Jair Bolsonaro prometeu reduzir os investimentos do governo em publicidade e diversificar os destinatários dessas verbas. Agora, o governo tem investido em mais emissoras, e até veículos ligados a igrejas evangélicas têm tido espaços publicitários ocupados por campanhas federais.
Uma das emissoras que mais sentiram a mudança na distribuição das verbas publicitárias foi a TV Globo, que deixou de receber recursos diretamente. Agora, o governo contrata a veiculação nas emissoras afiliadas da rede criada pela família Marinho, já que o preço é menor.
Record TV, SBT, Band e RedeTV! têm recebido valores maiores do que vinham sendo aplicados em governos anteriores, assim como 12 emissoras de conteúdo religioso, das tradições católica e evangélica.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, emissoras de TV voltadas ao público cristão receberam R$ 1,8 milhão em publicidade do governo federal. “Esses canais atingem públicos diferenciados, ampliando a cobertura e o alcance da mensagem de forma segmentada”, explica o plano de mídia do governo.
A Rede Gênesis, da Igreja Sara Nossa Terra, recebeu R$ 176,3 mil para veicular campanha de teor informativo sobre a Reforma da Previdência. A Rede Gospel, da Renascer em Cristo, obteve R$ 54 mil, mesmo valor investido na RIT TV, da Igreja Internacional da Graça de Deus.
A TV Boas Novas, fundada pelo pastor Samuel Câmara, recebeu R$ 69,9 mil por espaços publicitários cedidos ao governo, e a Rede Super, da Igreja Batista da Lagoinha, emitiu nota fiscal de R$ 39,2 mil na mesma campanha informativa da Reforma da Previdência.
A TV Canção Nova, da Renovação Carismática Católica, recebeu R$ 146,9 mil. Fundada pelo monsenhor Jonas Abib, a emissora fica em Cachoeira Paulista (SP), e foi visitada por Bolsonaro logo após a vitória nas eleições em 2018.