Uma pesquisa sobre sexualidade mostrou que 58% dos brasileiros consideram o homossexualismo “um pecado” contra as leis de Deus. O estudo foi realizado pela Fundação Perseu Abramo e pela organização alemã Rosa Luxemburgo Stiftung, que realizaram 2 mil entrevistas nas cinco regiões do país. O objetivo era aferir a quantas anda o preconceito contra gays no Brasil, em um ano que deve ser decisivo para a comunidade homossexual – tramita Congresso Nacional o projeto de lei nº 122/06, a chamada lei anti-homofobia, que pode criminalizar manifestações contrárias aos gays. Mas para 29% das pessoas ouvidas, o comportamento homossexual é uma “doença a ser tratada”.
Segundo os organizadores da pesquisa, o estudo foi o primeiro a mapear de forma tão ampla o sentimento contrário aos homossexuais. No entender dos analistas, a principal constatação é de que o brasileiro não tem dificuldade de confessar suas ideias acerca do tema. Nada menos que 28% admitiram ter preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, a comunidade GLBT. Os números, divulgados pelo jornal Folha de São Paulo, foram recebidos com apreensão pelas entidades de defesa dos direitos do segmento.
Os maiores níveis de aversão à homossexualidade foram observados nas regiões Norte e no Nordeste. O levantamento mostrou alguns aspectos inusitados. A maioria das pessoas que responderam às perguntas disseram que não gostariam de ter um filho gay, mas que “procurariam aceitar” a situação. Houve um número razoável (23%) de defensores da tese de que a mulher “vira” lésbica porque não conheceu um “homem de verdade. Além da ideia de pecado, o estudo revelou que 84% dos brasileiros concordam plenamente com a tese de que homem e mulher foram criados por Deus para “cumprir sua função sexual”, ou seja, manter relacionamentos héteros, capazes de gerar filhos.
Fonte: Agência Folha / Gospel+