Um pastor que há anos luta contra um tipo de câncer curável, o linfoma folicular não-Hodgkin, agora recebeu duas más notícias: seu tumor sofreu uma mutação, evoluindo para um tipo mortal, enquanto sua esposa também foi diagnosticada com outro tipo grave de tumor.
O pastor Cory Schibler, 37 anos, líder da Igreja Batista Beacon, na cidade de Bryan, Texas (EUA), vem lutando há bastante tempo contra o câncer que começa nos glóbulos brancos chamados linfócitos, que fazem parte do sistema imunológico do corpo. Ele foi diagnosticado em 2012, logo depois de ter ficado noivo de Crystal, com quem se casou.
Ele contou que o diagnóstico de 11 anos atrás foi uma “intervenção divina”, e desde então ele vem se dedicando a lutar contra a doença. Entretanto, a dura notícia sobre a mutação o motivou a compartilhar a situação com os irmãos na fé.
Crystal, 43 anos, recebeu a notícia de que está com um câncer que já se espalhou. O casal tem uma filha de 10 anos e um filho de apenas 4 anos: “Minha esposa me disse várias vezes que ficaria em paz se isso fosse o seu fim. Eu e seus amigos mais próximos não temos paz com isso”, disse o pastor Cory Schibler, que também é diretor da Associação de Estudantes Batistas, uma entidade missionária.
“Nós realmente temos fé que Deus é maior do que as nossas circunstâncias e por isso apenas confiamos que aconteça o que acontecer, vamos continuar a louvá-Lo”, acrescentou Schibler.
De acordo com informações do portal The Christian Post, uma campanha de arrecadação está sendo feita pelos amigos do casal e membros da igreja, visando arrecadar US$ 50 mil para custear os tratamentos. Até o fechamento desta matéria, 135 pessoas fizeram doações que já somam US$ 13.619,00.
O pastor lembrou das circunstâncias em que recebeu o primeiro diagnóstico de câncer: “No dia em que ficamos noivos, sofremos um acidente de carro e, durante o atendimento no pronto-socorro, os médicos descobriram o que pensaram ser câncer […] Meu plano de tratamento era oficialmente a ‘espera vigilante’, o que significa ‘não fazer nada até que o câncer comece a tentar matá-lo’. Permaneci nesse plano de cuidados até dezembro de 2020, pois nos meses anteriores comecei a ter dificuldade para engolir”, relembrou.
Nessa ocasião, os médicos descobriram que o tumor inicialmente localizado no abdômen “havia se espalhado para minha garganta”, e por isso seria necessário agir: “Meu médico não esperava por isso e, após uma série de outros exames, descobriu-se que meu câncer havia passado por uma transformação Richter. Meu câncer não era um linfoma difuso de grandes células B, um câncer muito mais agressivo, mas muito mais tratável”, descreveu.
Essa transformação Richter (ou síndrome de Richter) é uma complicação que muitas vezes é fatal. O pastor fez quimioterapia por seis meses a partir de 2021 e foi “declarado livre do câncer” em junho daquele ano, mas desde então ele vem lutando “com os efeitos posteriores da quimioterapia”.
A doença da esposa
Com problemas de saúde, Crystal procurou os médicos para um diagnóstico e descobriu no dia 11 de novembro que também estava com um câncer neuroendócrino raro, mas que pode ser tratado.
“Minha esposa e eu recebemos a notícia dos nossos exames que fizemos ontem [10 de novembro], com a notícia que temíamos ouvir. Tenho vários gânglios linfáticos na garganta e na parte superior do abdômen que são consistentes com a recorrência do meu câncer. Obviamente, não são boas notícias, mas pelo menos estão confinadas a uma pequena área”, escreveu o pastor Schibler.
“No entanto, o exame da minha esposa mostrou que ela também tem câncer, que se espalhou por metástase para diversas áreas do corpo: pulmões, abdômen, etc. Dizer que estamos arrasados seria um eufemismo. Esta foi a pior notícia possível que poderíamos receber esta manhã. Temos fé que Deus é bom, mas estaríamos mentindo se disséssemos que entendemos o que Ele estava fazendo com o que estamos passando agora”, lamentou o pastor.
“Nosso filho tem apenas 4 anos. Ele sabe que estamos doentes e que não estamos nos sentindo bem. Ele realmente não entende o que está acontecendo. Nossa filha tem 10 anos e é uma criança extremamente inteligente. Ela estava começando a pirar por não saber das coisas e então basicamente tivemos que contar tudo a ela só para evitar que ela ficasse chateada, porque ela sentia que estávamos escondendo coisas dela, o que estávamos, porque não queríamos. preocupá-la até que soubéssemos com mais certeza o que estava acontecendo”, explicou.
O pastor também contou que sua filha ainda tem “feridas” por tê-lo visto passar pela quimioterapia há quase três anos: “Ela está com muita ansiedade e outras coisas por ter passado pela primeira vez comigo no tratamento. Então, estamos tendo que conversar muito com ela sobre o que está acontecendo porque ela está muito, muito chateada com isso”, disse ele.
Por outro lado, a família tem recebido enorme apoio da igreja e dos familiares: “Quando eu estava passando pelo tratamento pela primeira vez, vi muito na maneira como Deus estava trabalhando nos corações de outras pessoas enquanto elas nos observavam passar pelo tratamento. E desta vez, vi ainda mais disso”, testemunhou.
“Tivemos pessoas com quem não falávamos há 20 anos que nos procuraram. Eles viram nossa história através de alguma coisa e entraram em contato, nos enviaram coisas. […] Tive um ex-aluno com quem não falava há 10 anos, e ele me mandou uma mensagem e me contou como sua família estava orando por nós. E então ele doou dinheiro para nosso GoFundMe”, ilustrou o pastor.
“Confiamos que Deus é maior do que as circunstâncias de uma única pessoa. E mesmo que seja uma m… Não vou mentir, é uma pena que tive que fazer minha família passar pelo primeiro tratamento e agora minha família está tendo que passar pelo meu câncer e o da minha esposa. Estamos vendo Deus fazer muito através de nós que enfrentamos as dificuldades e essas provações porque confiamos que Deus trabalha todas as coisas juntas para o bem, mesmo que nossa situação pessoal possa ser péssima”, finalizou.