O candidato a deputado estadual no Paraná, Renato Freitas (PT), está fazendo campanha de uma forma bastante heterodoxa e terminou se envolvendo em uma confusão com a Guarda Municipal de Curitiba por panfletar durante um racha. Ele também é acusado de distribuir pinos para cocaína junto com seus “santinhos”.
Freitas, 34 anos, é advogado e acusa a Guarda Municipal de ter cometido excessos durante abordagem no racha. Nas redes sociais, ele publicou fotos e vídeos mostrando o ferimento nas mãos e costas por ter sido alvejado por balas de borracha. O caso foi registrado no último domingo, 09 de setembro, na Praça do Gaúcho.
Levado pelos guardas municipais ao Hospital do Cajuru, no bairro do Cristo Rei, o candidato foi atendido e relatou o episódio: “Estou sendo preso pela Guarda Municipal, fui baleado duas vezes por bala de borracha, à queima-roupa […] Eu não falei nada, só falei que estava panfletando, o cara me deu um tiro à queima-roupa. Eu não entendi porque eles fizeram isso, cara. É muita covardia”, afirmou o petista.
Segundo informações do portal O Povo, a ocorrência foi registrada no 1º Distrito Policial (DP), no centro da capital paranaense.
Entrevistado para comentar o caso, o presidente do Partido dos Trabalhadores no Paraná, Florisvaldo Fier, mais conhecido como Dr. Rosinha, reforçou a visão da legenda sobre tudo na sociedade: “O que estamos vendo é uma assustadora onda crescente de violência e perseguição a quem se manifesta e luta a favor dos oprimidos”, disse.
Cocaína
Renato Freitas teria distribuído pinos para armazenar cocaína com mensagens extraídas de músicas de rap dentro, junto a seus santinhos. A iniciativa sui generis chamou atenção do colunista do portal Gazeta do Povo, Reinaldo Bessa, que compartilhou uma imagem do “presente” oferecido pelo candidato.
“Renato Freitas, postulante a deputado estadual pelo PT, abordava estudantes em um bar de grande movimento nas proximidades da Reitoria da UFPR na última sexta-feira (31). Até aí, nada demais. O detalhe é que o rapaz distribuía, junto com o santinho, um pequeno frasco de plástico para guardar droga, conhecido como pino para cocaína. Dentro, um papelote enrolado com uma mensagem. A que chegou à coluna dizia: ‘Onde o barato é louco, todo o respeito é pouco. Detentos do Rap’. Ao abordar as pessoas, Freitas dizia: ‘Eu vou te entregar uma verdade’”, relatou o jornalista.
Em 2016, Renato Freitas foi candidato a vereador de Curitiba pelo PSOL e à época também foi detido pela Guarda Municipal por desacato e perturbação do sossego, e assim como agora, também acusou os agentes municipais de agressões e injúria racial. Na época a Guarda Municipal soltou uma nota oficial afirmando que foi chamada pois o candidato, junto a outro homem, estacionaram um carro em frente a uma casa de leitura e ficaram ouvindo música rap em alto volume no local. A Prefeitura de Curitiba abriu procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da detenção, mas as acusações contra os guardas foram arquivadas.
*Atualizado em 11 de maio de 2022 para correção de link da Gazeta do Povo