Um casal e seu bebê de cinco meses representam bem inúmeras outras famílias do país onde todos os integrantes adoeceram com covid-19, uma doença que já atingiu mais de 6 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Apegados à fé, testemunham a superação do drama familiar.
Alex Araújo, 30 anos, e sua esposa, Bélit Araújo, 28, agora fazem parte do número de recuperados do novo coronavírus, mas relatam dias difíceis principalmente porque o bebê, Nicolas, na época com 5 meses, também se contaminou. “Alex ficou doente da garganta, achamos que era só gripe, mas no segundo dia Nicolas teve diarreia e febre”, contou Bélit, que é influenciadora digital.
O médico suspeitou de covid e medicou Alex, o pequeno Nicolas também foi medicado para controlar a febre. “Eu estava muito preocupada, pois Nicolas tinha apenas 5 meses”, relembrou, acrescentando que no terceiro dia ela também manifestou sintomas: “Comecei com dor leve na garganta e muita dor de cabeça e no corpo todo”, lembra ela que passou a tomar a medicação receitada pelo médico.
Nos dias seguintes, Alex desenvolveu novos sintomas, perdeu o paladar e o olfato. Aos poucos a diarreia do bebê foi passando, mas ele tinha muita febre e isso preocupava o casal: “Quando chegava a noite ele piorava muito, eu ficava a noite toda com ele no colo pra ele conseguir descansar. Ele ficava choramingando no meu colo e eu angustiada, não sabia o que fazer”.
Ver seu bebê tão pequeno passando por uma doença tão grave assustava: “Só podia orar e pedir a Deus que não levasse ele de mim, porque via vários casos de bebês que não resistiam”, disse a mãe.
Apreensão
Mesmo com muita dor e febre, Bélit se esforçava para cuidar do filho que estava com sintomas mais agravados, como dores no corpo e falta de ar: “Dormiu novamente no meu colo e eu ficava sentadinha na rede, balançando até o dia amanhecer, só isso acalmava ele”.
Ela também perdeu o olfato e paladar, mas o bebê começou a melhorar, assim como seu esposo, que já não sentia mais dores na garganta e havia recuperado o paladar.
Apesar das melhoras, a família de São Bento (PB) continuava apreensiva: “Meu maior medo era perder meu bebê, ele era muito pequenininho e ver ele com febre de 40 graus a cada 2 ou 3 horas me matava. Às vezes que ele ficava sem ar me deixava mais e mais angustiada”.
Evangélicos, Alex e Bélit mantiveram a fé como norte até que todos se recuperassem da doença “Não sei como, mas conseguimos sair dessa sem sequelas e estamos bem”, disse a mãe, aliviada, salientando que os cuidados foram redobrados para evitar uma possível nova contaminação.
“A fé nos manteve no controle. Quando batia o desespero a gente orava. Somos humanos e é normal ficarmos com medo, mas sempre que o medo de perder meu filho batia, eu me apegava com Deus. Ele me manteve firme”, testemunhou Bélit. “Mesmo doente e cheia de dor no corpo eu permaneci por dias com meu filho no colo, orando pela recuperação dele. Foi Deus que me manteve de pé! Foi Deus que curou meu filho”, concluiu.