Terroristas islâmicos mataram pelo menos 30 cristãos, estupraram 10 mulheres e meninas e sequestraram várias outras membro de igrejas em diferentes aldeias no Congo. O grupo extremista é ligado ao Estado Islâmico.
As Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), uma organização alinhada ao Estado Islâmico, reivindicou a autoria dos ataques aos cristãos na República Democrática do Congo. Os terroristas invadiram cinco aldeias na província de Kivu do Norte, nordeste do país, entre os dias 20 de novembro e 3 de dezembro.
Armados com armas, facões, cassetetes, espadas e machados, os extremistas islâmicos cercaram igrejas em cada uma das cinco aldeias, conforme constatado pelas autoridades locais. Sobreviventes aos ataques relataram que os terroristas tinham como alvo os cristãos, matando aqueles que se recusavam a se converter ao islamismo.
Segundo informações do portal The Christian Post, ao menos 15 pessoas de duas igrejas foram sequestradas, enquanto 14 outros cristãos ficaram feridos gravemente e foram transportados para um hospital em estado crítico.
Um cristão que sobreviveu relatou que testemunhou o assassinato de sua esposa e três filhos enquanto ele se escondia em um banheiro. Em outra aldeia, um pastor perdeu todos os cinco membros de sua família que foram massacrados depois que se recusaram a se converter ao islã.
“Eles também tentaram forçar minha esposa e nossos quatro filhos a se converterem ao islamismo, mas quando se recusaram a se converter, atiraram em minha esposa na cabeça enquanto nossos quatro filhos eram cortados em pedaços com uma espada”, disse o pastor.
Minoria radical
Liderado por Musa Baluku, o ADF se tornou o grupo terrorista mais ativo e violento do Congo nos últimos dois anos. O grupo é conhecido por cometer crimes como homicídio, estupro e sequestro de mulheres e crianças, além de escravidão e doutrinação, um modus operandi idêntico ao Estado Islâmico.
Os ataques contra cristãos no Congo aumentaram desde outubro de 2019, quando o Exército do país lançou uma operação contra os líderes e bases da ADF na selva ao redor da cidade de Beni. Em resposta, o grupo extremista intensificou sua campanha de massacres nas áreas rurais, visando predominantemente os cristãos, que representam 95% da população.
No final de outubro, mais de 20 pessoas foram mortas e muitas outras foram sequestradas em um suposto ataque de militantes do ADF na província de Kivu do Norte. O grupo terrorista também é suspeito de cometer várias atrocidades na província de Ituri, incluindo o assassinato de pelo menos 58 pessoas em ataques a duas aldeias em setembro.
De acordo com o Kivu Security Tracker, uma iniciativa de pesquisa que mapeia a agitação no leste do Congo, o grupo sequestrou 5.361 pessoas desde 2017 e matou violentamente pelo menos 3.971 pessoas.
Em mais de 20 ataques entre janeiro e maio, cerca de 90 pessoas foram mortas, incluindo uma criança de 9 anos e um pastor anglicano. Pelo menos 131 pessoas foram sequestradas e mais de 12 mil deslocados, incluindo crianças e idosos.
A Missão Portas Abertas nos Estados Unidos, que monitora a perseguição religiosa ao redor do mundo, observa que as atrocidades cometidas contra os cristãos no Congo estão causando deslocamento, pobreza, desespero e muitos problemas de saúde e psicológicos. A violência também afetou negativamente a rotina da Igreja no país.