Uma família que foi abalada por um acidente de trânsito recebeu a oportunidade de continuar unida: os sete irmãos foram adotados por um casal cristão que decidiu tirá-los do orfanato onde estavam desde a perda dos pais.
O casal Pam e Gary Willis soube da situação dos sete irmãos, que haviam perdido os pais em um acidente de carro, em uma reportagem. As crianças, com idades entre 1 e 12 anos à época da tragédia, estavam há mais de um ano no orfanato.
Pam, 50 anos, contou que ao ver a foto das crianças na reportagem, sentiu que precisava agir para ajuda-los: “Não consigo explicar – eu simplesmente sabia que era para ser a mãe deles”.
Conforme informações do portal Today, Pam decidiu abordar o marido, Gary, 53 anos, de uma maneira indireta: marcou ele na postagem de Facebook com a reportagem, para que ele lesse a notícia.
Os dois já tinham cinco filhos, todos adultos, e nunca tinham falado sobre adoção: “Achei que Gary ia me dizer que eu era maluca – estávamos nos preparando para nos aposentar”, pontuou Pam, sobre os planos do casal para os próximos anos na Califórnia (EUA).
Entretanto, quando Gary leu a notícia, teve o mesmo sentimento que a esposa: “Era o que Deus queria que fizéssemos”, afirmou Pam, acrescentando que no mesmo dia ligaram para o número de adoção que estava no rodapé da matéria e ouviu do orfanato que já havia recebido muitas ligações de outros casais interessados em adotar as crianças.
Em agosto de 2020 o resultado da seleção feita pelos responsáveis pelo orfanato chegou ao fim, com Pam e Gary tendo sido escolhidos para adotarem os sete irmãos: Adelino, 15, Ruby, 13, Aleecia, 9, Anthony, 8, Aubriella, 7, Leo, 5 e Xander, 4.
Recepção
A chegada das crianças na nova família foi marcada por uma videochamada com os filhos biológicos do casal: “Foi incrível. Trouxemos uma grande TV para o parque para que todos pudessem assistir, torcer e estar seguros, por causa da pandemia. Havia muito amor”, contou a mãe.
Durante esse processo, eles descobriram que os sete irmãos haviam sido submetidos a situações duras e traumáticas devido aos vícios dos pais biológicos. Os problemas iam desde falta de alimentos até períodos em que viviam em abrigos para pessoas sem-teto.
“Foi fácil se conectar com os mais pequenos. Eles estavam desesperadamente desejando permanência”, disse Pam, admitindo que os mais velhos estavam receosos e desconfiados da generosidade: “Acho que eles não confiavam muito que éramos reais. Como se estivéssemos indo embora. Eu acho que é muito difícil confiar quando tanto foi tirado de sua vida. Ruby não sabia ser criança. Ela teve que ser uma figura materna em uma idade muito jovem”, comentou.
Os novos pais tiveram que lidar com dificuldades relacionadas aos traumas: nos seis primeiros meses, as crianças tinham problemas para dormir, já que tinham pesadelos: “Certa noite, nossa filha, com então 7 anos, entrou em nosso quarto. Eu perguntei a ela: ‘Você teve um pesadelo?’ E ela respondeu: ‘Não, eu só queria ter certeza de que vocês ainda estavam aqui’”, relembrou Pam.
No Instagram, Pam fez uma publicação sobre a experiência de adoção: “Eles nos deram uma segunda chance de ser pais, nós demos a eles uma segunda mãe e um segundo pai”.
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