No mês em que se celebra os 500 anos da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero em 1517, o Centro Dom Bosco iniciou uma campanha pela conversão dos protestantes ao catolicismo, o que motivou uma resposta do reverendo Augustus Nicodemus Lopes, um dos principais teólogos reformados do Brasil.
A iniciativa do grupo católico, a princípio, passou despercebida das lideranças evangélicas e formadores de opinião, mas foi amplamente comentada na página do Centro Dom Bosco no Facebook, com a recusa ao convite da parte de diversos fiéis. A campanha dos fiéis da Igreja Católica conta com um vídeo e com o estímulo à oração para que protestantes migrem para o catolicismo.
A maior cisão existente no cristianismo começou quando o papa Leão X se recusou a avaliar as críticas que o então padre Martinho Lutero fazia contra a Igreja Católica à época, principalmente no que se refere às indulgências. Dessa forma, Lutero criou 95 teses e as afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517, dando início ao que ficaria conhecido como Reforma Protestante.
Desse movimento surgiram as principais denominações evangélicas, como luteranos, metodistas, presbiterianos e batistas. Quase quatro séculos depois se iniciou o movimento pentecostal, que deu origem a denominações como as Assembleias de Deus ao redor do mundo.
Como demonstração de boa vontade e reconhecimento de erros cometidos ao longo dos últimos cinco séculos, a Igreja Católica e a liderança da Igreja Luterana assinaram documentos com pedidos de perdão mútuo, o que motivou inclusive a realização de cerimônias de celebração da data no Vaticano, com a presença de protestantes.
Não, obrigado
O reverendo Augustus Nicodemus Lopes, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, aproveitou o dia 12 de outubro, data da celebração da padroeira católica Senhora Aparecida, para comentar a campanha e agradecer e recusar o convite dos católicos para que os protestantes retornem à tradição romana.
No Facebook, Nicodemus fez alusão à frase “voltem para casa” com um texto bastante contundente: “Já fizemos isso em 1517. A Igreja Católica Romana nunca foi a casa dos cristãos, mas uma prisão que acorrentou suas consciências à doutrinas e práticas inventadas por homens desprovidos da verdade bíblica”, afirmou.