Um extremista muçulmano do grupo Salafi, no Egito, assassinou um bispo da Igreja Copta a facadas, e usou seu sangue para desenhar uma cruz em sua testa. Câmeras de segurança filmaram o ataque, e as cenas são fortíssimas.
O bispo Samaan Shehata, um ortodoxo da Igreja Copta – uma das mais antigas tradições cristãs do mundo e refúgio da minoria cristã no Egito -, foi assassinado com facadas no torso, pescoço e nuca, em uma área conhecida como El Salam, no distrito de El Marg, região metropolitana do Cairo, capital do país.
De acordo com informações do portal Morning Star News, o bispo tinha 45 anos e seu assassino era um jovem de 19 anos chamado Ahmed Saeed Ibrahim, teria se radicalizado há aproximadamente um ano, e seus vizinhos desconfiam que ele estivesse com problemas mentais, pois tinha passado a fazer suas preces na rua, gritando, e xingando cristãos de infiéis.
Esses incidentes, com relatos de agressões da parte de Ibrahim, teriam sido relatados à Polícia, que ignorou as queixas. Depois do assassinato do bispo copta, ele foi preso, e alegou perturbação mental e epilepsia, mas a polícia encontrou um bilhete em seu bolso com a frase “missão cumprida com sucesso”.
O bispo Shehata tinha 45 anos de idade, tendo sido ordenado ao sacerdócio há quase vinte anos, em 1999, e promovido ao episcopado em 2001, passando a servir na Igreja de St. Julius Akfazi, de acordo com a Rede da Igreja Copta Ortodoxa.
A liderança muçulmana da região, na figura do xeique Abbas Shooman, decano da autoridade islâmica na Universidade Al-Azhar, no Cairo, criticou a ação do extremista: “Um ataque que as religiões rejeitam […] o atentado covarde ao bispo Samaan Shehata, padre da Igreja St. Julius Akfazi […] é rejeitado pela lei do céu e acima de tudo pela nossa religião”, escreveu no Facebook.
As cenas do crime foram gravadas pelas câmeras de segurança de um armazém. As imagens são extremamente fortes: