Chris Durán declarou ser contrário à existência de shows gospel e afirmou que a ideia de entretenimento feito a partir de um pressuposto de adoração não faz sentido porque transforma o culto a Deus em algo sem a presença do Espírito Santo.
A declaração contundente foi dada em uma entrevista que o cantor concedeu à podcaster e atriz Karina Bacchi. O raciocínio de Chris Durán foi construído durante seu relato de conversão ao Evangelho, um processo que ele mesmo entende ter durado anos com um desfecho comparável a um banquete que não existe no mundo:
“Nada se compara ao banquete que o Senhor tem preparado para aqueles que desejam se assentar com Ele. Esse banquete me foi apresentado um dia”, introduziu.
O cantor afirmou que sentiu desejo de participar de um culto em uma igreja próxima à sua casa, em Miami, Flórida (EUA), após sofrer um grave acidente de trânsito, que apesar do impacto frontal com outro veículo, não lhe causou ferimentos graves.
Ao chegar ao templo, foi recebido por um dos fiéis e tentou delimitar o que ocorreria durante o tempo em que participaria do culto: “Estou procurando Jesus. Só quero Jesus. Não religião”, disse ele, enquanto o louvor era tocado.
“Me quebrantei, chorei durante horas. Não sabia o que estava acontecendo comigo. O louvor quebranta. Hoje eu entendo”, relembrou, acrescentando que não teve condições de interpretar o que aconteceu com ele mesmo: “No mundo natural não existe explicação quando o Espírito Santo nos visita”.
“Assim que entrei [na igreja] meu espírito foi tocado de tal forma que chorei muito. Depois comecei a engolir a Bíblia”, acrescentou, revelando que se trancou no quarto e se dedicou a estudar a Palavra: “Pela primeira vez descobri a personalidade de Deus, porque até então a religião me apresentava um quadro de como Deus poderia ser. Mas conheci na Bíblia um Deus que se apresenta como Ele é”.
Nessa fase, a sede por mais de Deus o fazia ir aos cultos diariamente: “Queria descobrir mais e mais da palavra de Deus. Foi um primeiro encontro muito bonito”.
Fim da carreira
Depois de entregar sua vida a Jesus, estava nos bastidores de um programa de TV e sentiu um questionamento brotar em seu coração: “O que estou fazendo aqui?”.
Aquele ambiente passou a não fazer mais sentido, e ele decidiu encerrar sua carreira artística, apesar do contrato com cláusulas bastante punitivas para a hipótese de rompimento.
“Eu só queria estar na minha igrejinha, ouvir a Palavra de Deus”, relembrou, contando que foi ao banheiro da emissora chorar em oração, enquanto dizia para Deus que não queria mais aquilo: “Não foi ninguém que me disse para não fazer, mas meu espírito passou a rejeitar aquelas coisas”.
“Perdi tudo para entender que minha dependência é de Jesus”, disse, contando que posteriormente Deus começou a restitui-lo, primeiramente com uma família, e depois nas demais áreas: “Foi necessário ter de chutar os palcos para construir um altar”.
“Comecei a adorar no meu quarto, em espírito e em verdade, a partir daquele momento o Senhor me fez entender que a plateia é Ele. Por isso sou contra show gospel”, explicou.
“Não existe entretenimento gospel. O que é música sem o sopro do Espírito Santo? É nada. Só a arte com o sopro divino faz com que Deus diga: ‘Ali Eu tenho prazer de estar’”, reiterou.