Recuperada da covid-19 após 150 dias de internação, uma mulher de 55 anos está testemunhando a reviravolta em um quadro extremamente grave, com mais de dois meses de coma induzido.
Isabel Pupo ficou internada no hospital Mount Sinai Medical Center, em julho passado. O diagnóstico de covid-19 e pneumonia formavam um quadro considerado pelos médicos irreversível, já que seus níveis de oxigênio foram descritos como “impossíveis de viver”.
“Durante esse tempo, eu realmente disse à família em várias ocasiões, infelizmente, que ela iria falecer e que teríamos que parar”, disse o Dr. Steven DeBeer, um cirurgião cárdio-torácico que acompanhou o caso de Isabel.
Em entrevista à emissora de TV CBS Miami, outro médico da equipe, Dr. Ari Ciment, pneumologista, afirmou que Isabel tinha uma comorbidade das mais graves para o caso de covid-19: “Lembro-me de ligar para o médico DeBeer e dizer ‘Steve, com um IMC tão alto e muito obesa, você pode considerá-la para uma máquina de ECMO’”, contou, referindo-se ao uso de aparelhos de Oxigenação por Membrana Extracorpórea.
Ela foi então avaliada e colocada em uma máquina de ECMO, onde ficou em tratamento por um período de 67 dias. No entanto, mesmo com esse pulmão artificial, ela estava lutando para respirar: “A oxigenação dela estava em 50% por aquele monitor. Simplesmente não parecia haver uma luz no fim do túnel”, disse o Dr. DeBeer.
Enquanto estava em coma induzido, Isabel disse ter algumas lembranças: “Lembro-me de ouvir a voz da minha filha ao telefone. Eles colocavam o telefone perto do meu ouvido e só me lembro que ela falava, lutava por mim”, contou a mulher.
A família foi sua fonte de inspiração: “Antes de me entubar, olhei para o teto e disse a Deus, por favor, me ajude. Pensei neles”. Depois de uma batalha difícil, Isabel Pupo viveu uma guinada drástica. Seus pulmões deteriorados foram curados e os níveis de oxigênio aumentaram, e ela venceu a covid-19 após 150 dias.
“Eu sou um milagre de Deus. Eu sou a prova de que Deus existe. Tenho que repetir: cientificamente, não era para eu viver”, reiterou a mulher, que recebeu alta hospitalar em novembro, passou três meses fazendo fisioterapia, e finalmente está em casa.