O mais antigo escrito bíblico até hoje encontrado foi apresentado por uma equipe de pesquisadores formada por cientistas de Israel e dos Estados Unidos. O documento traz passagens do livro de Levítico.
A data estimada do pergaminho é do século III ou IV. Esse documento foi encontrado em 1970 por arqueólogos em En-Gedi, às margens do Mar Morto, local que abrigou uma comunidade judaica entre os anos 400 a. C. a 800 d. C.
De acordo com informações da revista Veja, os cientistas usaram um procedimento considerado inovador, usando escaneamento com raio-x e leitura virtual, para não precisarem desembrulhar o pergaminho, frágil e já danificado.
A descoberta foi divulgada na revista científica Science Advances por Penina Shor, pesquisador ligado à Autoridade de Antiguidades de Israel, e Brent Seales, cientista da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos.
Para chegar ao resultado, foi necessário o uso de uma máquina de microtomografia, normalmente utilizada para análise de câncer em pacientes. Com as imagens obtidas, a Universidade de Kentucky fez análises tridimensionais das passagens e reconstruiu virtualmente o manuscrito.
“Ficamos impressionados com a qualidade das imagens”, disse Michael Segal, diretor da Escola de Filosofia e Religião da Universidade Hebraica de Jerusalém.
O documento foi conservado nas últimas quatro décadas mesmo com a impressão de que seu conteúdo havia se perdido de vez, afinal, o pergaminho foi queimado durante um incêndio séculos atrás na comunidade onde foi encontrado. Relatos dos pesquisadores afirmam que o material poderia se desfazer em cinzas ao ser manuseado.
“A estrutura principal de cada fragmento, completamente queimada e esmagada, tinha se transformado em pedaços de carvão que continuavam se desintegrando cada vez que era tocada”, relatou um dos pesquisadores no estudo.
“Estas imagens revelam que o rolo de En-Gedi é o livro de Levítico, o que o torna o mais antigo exemplar de um livro do Pentateuco já encontrado em uma Arca Sagrada e uma descoberta significativa na arqueologia bíblica”, afirmou o pesquisador Brent Seales.
Confira um vídeo do processo de escaneamento, leitura e “remontagem” digital do conteúdo: