A continuação de 50 Tons de Cinza, chamada de Cinquenta Tons Mais Escuros, repete a polêmica do primeiro e atrai o olhar desconfiado de líderes evangélicos, que atentam para a ilusão que pode ser criada de que o sexo pode solucionar qualquer problema.
A sinopse do filme no site Adoro Cinema, o aponta como uma “recriação” do primeiro filme, sob outro viés: “Incomodada com os hábitos e atitudes de Christian Grey (Jamie Dornan), Anastasia (Dakota Johnson) decide terminar o relacionamento e focar no desenvolvimento de sua carreira. Ele, no entanto, não desiste tão fácil e […] aceita as regras dela […] Ela reinicia o relacionamento com o jovem milionário e aos poucos passa a compreender melhor os jogos sexuais que ele aprecia”, diz o texto.
Diante desse contexto, o pastor Craig Gross, do ministério XXXChurch – voltado a pessoas com dificuldades na área sexual, como vício em pornografia -, comentou que o filme não é “uma verdadeira história de amor” e destacou que ele pode transmitir a ideia de que o sexo resolve todos os problemas em um relacionamento.
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“O que mais se destacou para mim girava em torno de duas pessoas em um relacionamento onde eles não conseguem se comunicar um com o outro. Então, em vez disso, eles simplesmente fazem sexo”, comentou Gross, em um artigo publicado no site da XXXChurch.
No entanto, segundo o pastor, “sexo não resolve problemas”: “Anastasia exige respostas sobre a vida de Grey, mas ele se sente extremamente desconfortável falando sobre o seu passado, então eles vão fazer sexo novamente”, explicou.
“O sexo não é um band-aid, e neste filme você só vê os dois tendo relações sexuais em vez de se comunicarem. Anastasia se envolve em um sexo mais louco do que ela normalmente se sente confortável, na esperança de que Christian se abra, mas ele nunca faz isso”, acrescentou, argumentando que nem na ficção a proposta funciona.
Contextualizando seu raciocínio para a vida real, o pastor afirmou que, às vezes, é preciso alertar as pessoas que elas não fazem bem umas às outras, e que nem sempre a melhor solução para um casal de namorados é fazê-los casar.
“Eu já ouvi de pessoas que me disseram que seu pastor descobriu que estavam vivendo juntos ou tendo relações sexuais e então simplesmente o líder disse: ‘Deixe-me casar você agora mesmo para que você possa parar de viver em pecado’. Está errado! […] Casamento, como eu disse sobre sexo no meu primeiro ponto, não resolve seus problemas”, concluiu.