Uma questão recorrente a cada ano, sempre que se aproxima o Natal, é se essa festa cristã, comemorada em 25 de dezembro, teria resquícios de práticas pagãs herdadas da época do Império Romano. Esse questionamento foi parar na mesa do pastor e teólogo John Piper.
No podcast John Piper Responde, uma série de questões envolvendo o Natal foram levadas ao pastor, como por exemplo:
“[O imperador] Constantino colocou a data de nascimento de Jesus em 25 de dezembro para encobrir um feriado pagão, para fazer com que eles mudassem para o cristianismo com mais facilidade. Mas depois de nascer de novo, a ideia de celebrar o Natal me deixa inquieta, Deveria?”
A pergunta resulta do fato de que o dia exato do nascimento de Jesus Cristo, na realidade, não sabemos com certeza, pois a Bíblia não o menciona, salvo o período do ano. Diante disso, a data de 25 de dezembro surgiu, de fato, como uma decisão que buscou moldar a nova religião do Império Romano, o cristianismo, à cultura das antigas celebrações cívicas da época, que eram pagãs.
Idolatria como objetivo
Piper, no entanto, primeiro explica que o cerne da questão está no significado de paganismo, que basicamente envolve a idolatria. Neste sentido, ele cita a passagem de 1 Reis 12:28 como exemplo:
“O rei idólatra Jeroboão fez dois bezerros de ouro e chamou o povo para adorá-los. E o versículo 33 diz que ele planejou um momento para essa celebração a partir de ‘seu próprio coração’. Acho que é isso que as pessoas provavelmente estão procurando ali. Assim, o problema essencial era a idolatria flagrante, dois bezerros de ouro.”
Em outras palavras, Piper ensina que para haver idolatria é preciso haver ídolos. No caso de Jeroboão, os ídolos foram os bezerros de ouro. Para que a regra se aplique ao 25 de dezembro, esta data teria que ser vista como um objeto de culto, em si, algo que não é.
Citando Jeremias 10.2–5, o pastor continua explicando que o cerne da questão não é a data, em si, escolhida por questões de conveniência social, mas o modo como a sociedade olha para ela. No caso do Natal, não existe adoração ao 25 de dezembro, pois todos os cristãos que celebram esse momento, voltam seus olhos para o nascimento de Jesus Cristo, o verdadeiro Senhor da adoração, o que torna a data uma escolha indiferente.
“A questão é que é um absurdo absoluto fazer de uma coisa criada um ídolo, como um pedaço de árvore, que você molda com seu próprio machado, decora com suas próprias mãos, carrega em sua própria carroça e depois se prostra diante dele e o adora”, explica o pastor, aplicando o mesmo conceito ao ídolo.
“Os profetas acharam isso um absurdo. Este é de fato um aviso implícito aos crentes de todas as idades para nunca se afastarem do Deus vivo e se voltarem para uma coisa criada, no dia de Natal ou em qualquer dia, e tratá-la como um objeto de maior afeição para vocês do que vocês têm no Deus vivo”, continua. Para ver a resposta completa, assista: