Um grupo de extremistas muçulmanos vem realizando uma ofensiva contra cristãos na República Democrática do Congo desde o fim do ano passado, e os ataques se intensificaram durante a pandemia de Covid-19, com 170 cristãos sendo assassinados nos últimos três meses. Mas o número é muito maior no último ano e meio.
A Missão Portas Abertas reporta que os responsáveis pelos ataques são os integrantes do grupo chamado Forças Democráticas Aliadas (ADF), que pregam a expansão do islamismo no país, mesmo que isso custe um genocídio de cristãos.
Os números ainda estão sendo computados, mas a organização missionária vem coletando informações sobre o cenário no país: “A Portas Abertas contabilizou a morte de 66 cristãos em maio, 55 em junho e 21 em julho. Mas o número pode ser maior no trimestre e chegar a 170 vítimas fatais”, diz o relatório da entidade.
O Escritório Conjunto de Direitos Humanos da ONU (UNJHRO, sigla em inglês) indica que, desde o início de 2019, 800 civis foram assassinados na província de Kivu do Norte, região onde os extremistas da ADF iniciou suas ações, que se espalharam para a região de Ituri e demais áreas como as vilas de Mighende, Mitembo, Kabugeja, Mugwanga e Abalago.
A ADF iniciou os ataques em Uganda e agora atua no Congo, com um modus operandi bastante específico: “Eles costumam a atacar pessoas sozinhas e vulneráveis em fazendas ou durante viagens. Mas há casos em que aldeias e empresas foram saqueadas, escolas e clínicas destruídas e cristãos sequestrados”, diz a Portas Abertas.
O documento da ONU enfatiza que o histórico dos ataques indica claramente que a intenção é não deixar sobreviventes: “O grande número de mortes torna fácil esquecer que, por trás de cada nome nas listas de vítimas, há uma família e uma comunidade que perderam um membro e um colaborador essencial”, comentou um porta-voz da Portas Abertas.
“Os extremistas islâmicos são apenas mais uma ameaça à população local, que já enfrenta os surtos de ebola, COVID-19, sarampo, malária e tuberculose. Porém, os ataques às clínicas e farmácias aumentam a vulnerabilidade dos habitantes da região. Além do difícil acesso, a insegurança constante torna impossível a assistência aos cristãos e deslocados no território”, contextualiza a Portas Abertas.
A organização missionária pede oração pelos cristãos congoleses que têm sido perseguidos e muitas vezes mortos: “Interceda para que Deus proteja e sustente os cristãos que vivem nas áreas atacadas pelas Forças Democráticas Aliadas.
Ore para que as ações dos jihadistas sejam frustradas e que eles tenham um encontro com Jesus. Clame para que os governantes locais tenham sabedoria e estratégias para combater as ações do grupo extremista”.