O sexo ainda é um tabu em muitas igrejas, ao menos na prática do ensino e orientação referente à sexualidade segundo a doutrina bíblica. Esse tema, apesar de extremamente importante especialmente em nossa época, nem sempre é abordado como deveria, fazendo como que muitos cristãos tenham dúvidas sobre o que pode e não pode, se é certo ou errado.
Pensando nisso, algumas igrejas possuem profissionais capacitados, também na área teológica, para ajudar casais cristãos no que diz respeito a dúvidas sobre a prática do sexo. É o caso, por exemplo, de Lúcia Figueiredo, de 58 anos, membro da Igreja Batista Betel, em São Paulo. Ela que é Bióloga, é indicada pelo próprio Pastor da comunidade a casais que possuem dúvidas sobre a prática sexual.
Segundo informações do BOL, para Lúcia “Sexo se Aprende na Igreja”, esse foi o tema de um evento criado por ela para promover a educação sexual segundo a perspectiva cristã, a partir de iniciativas da própria igreja. Com a experiência de 35 anos de casamento, Lúcia começou lidando com casos de violência doméstica e hoje faz 10 anos que ajuda casais na área sexual.
“Uma vez, fui procurada por uma mulher que vestiu a lingerie para o marido que pensou se ela está vestida como uma prostituta, vou tratar como tal, e violentou a esposa”, disse ela na publicação, exemplificando casos grosseiros que precisou aprender a lidar.
Outro exemplo de voluntário que se dedica ajudar casais cristãos na área sexual é o reverendo da Igreja Anglicana, Rogério de Assis, de 40 anos. Para ele:
“Pesquisas comprovam que casais que têm uma vida sexual ativa, e aqui falo de qualidade, não de quantidade, vivem mais felizes. E a Igreja não pode ir contra a ciência nesse ponto, portanto apoia esse pensamento. Vale salientar portanto, que sexo faz bem para a saúde dos indivíduos e do casal, além de ser abençoado por Deus”.
Rogério que atua como Reverendo há 10 anos e é casado há 6, diz que o sexo tem um propósito maior do que simplesmente prazer; “O ficar por ficar, curtir a vida adoidado é pecado”, disse ele, explicando que a distribuição de camisinhas, por exemplo, é uma forma de incentivo a esse tipo de sexo sem compromisso, diferente do que é praticado dentro do casamento, como ensina a Bíblia.
Para o Reverendo, uma dúvida comum é sobre casais cristãos poderem usar ou não adereços sexuais, geralmente achados em “sex shops”. Rogério diz que o objetivo da relação cristã, que tem o amor como fundamento, é sempre o outro, não podendo, portanto, ser uma prática egoísta. Assim ele explica:
“Se o casal sente a necessidade de apimentar a relação, se faz bem para os dois dentro de sua fidelidade e respeito conjugal que podemos fazer? Afinal, somos seres livres. Quem sou eu para julgar? Mas é preciso ter a consciência de que quando isso acontece para dar prazer somente a um dos dois, não é mais um casamento conforme o propósito de Deus”.